“Vamos colocar a casa em ordem”

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“Vamos colocar a casa em ordem”

Em seu segundo mandato como vereador, o lajea­dense Paulo Adriano da Silva (Paulo Tóri), nascido em 1968, assumiu esta semana o cargo mais importante de sua tra­jetória política.

O novo presidente da Câmara de Vereadores de Lajeado afirma que sua gestão será marcada pela transparência e responsabilidade nos assuntos envolvendo Executi­vo e Legislativo. “Queremos dialo­gar e trabalhar em conjunto para o desenvolvimento da cidade, mas não admitiremos pressões para aprovar projetos com os quais não concordamos”, salienta.

pauloSobre novos projetos e ações para 2011, Tóri diz que avalia­rá com os demais vereadores o resultado das campanhas do último ano como: a doação de sangue e o trabalho de conscien­tização no trânsito. “Havendo a necessidade e a possibilidade de se fazer buscaremos inovar para levar benefícios à comunidade”, salienta. Ele adianta que há su­gestões, mas que tudo será ana­lisado após o recesso da câmara que ocorre dia 3 de fevereiro.

Outra ação que Tóri analisará é a descentralização do poder le­gislativo. No último ano, a Centro Regional de Tratamento e Recupe­ração do Alcoolismo (Central) e a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) foram palcos de sessões da câmara. Segundo ele, este assunto será reavalia­do com a Mesa Diretora. Sobre o atual quadro de funcionários ele antecipa a troca do assessor jurí­dico, cargo que era ocupado pelo advogado Evandro de Quadros. “Temos um novo nome que deve­rá ser anunciado até a próxima semana”, diz.

A troca de cargos não deverá se limitar apenas à assessoria jurídi­ca. A atual assessora de imprensa deverá ser trocada. Segundo Tóri, esta definição cabe ao Partido Pro­gressista (PP) que deverá indicar um novo nome. O presidente diz que respeitará a decisão do partido, mas que não admitirá a contratação de funcionários desqualificados. “Ava­liaremos todos os indicados para que o trabalho da câmara não seja prejudicado”, garante.

Regularização de cargos

Hoje o Legislativo tem 11 funcionários que ocu­pam cargos comissionados irregulares. No último ano, só em salários, custaram cerca de R$ 250 mil aos cofres públicos. Ciente do problema, Tóri diz que não cabe só a ele resolver este assunto e que o caso será repassado para a nova assesso­ria jurídica na próxima semana.

Ele pede paciência para a comunidade e diz que a cobrança por uma regularização “é justa”. O presidente salienta que a normatização será discu­tida entre assessoria jurídica e demais vereadores, mas garante que será feito. “Colocaremos a casa em dia, o que pudermos fazer para buscar a lega­lidade será feito”, reafirma.

Plano de ser vice-prefeito

Eleito vereador pela primeira vez em 2000, Tóri tentou a reeleição no pleito de 2004, mas­foi derrotado. Na última eleição ocorrida em 2008, obteve 863 votos, garantindo seu lugar entre os dez vereadores da casa. No segundo ano de mandato, assumiu a vice-presidência e agora a presidência.

Tóri diz que, entre seus próximos planos, está um lugar na chefia do Executivo. Segundo ele, uma candidatura como vice-prefeito está próxima. “É um objetivo que vou buscar”, ga­rante. Ele diz que foi cogitado para concorrer a deputado estadual pelo partido no pleito de 2010 e não descarta uma candidatura para este cargo

“Foi uma vitória pessoal”

O presidente se emociona ao relem­brar sua trajetória de vida. Nascido e criado em bairros pobres, Tóri co­meçou a trabalhar com 9 anos e diz que não tinha calçados nem roupas adequadas para enfrentar o frio, mas que mesmo assim comparecia às au­las. “Nem material tinha, a professo­ra recolhia doações de outros colegas para eu estudar”, lembra.

Hoje, com Ensino Médio com­pleto e cursando faculdade, Tóri mora na mesma comunidade onde cresceu e diz que isto serve de inspiração para moradores de comunidades carentes. “Este é o cargo mais importante que um morador da minha comunidade ocupou e isto reflete na autoesti­ma deles”, observa.

Tóri fala da dificuldade de vencer o preconceito racial, afir­mando ser esta uma região onde o problema ainda persiste com mais intensidade em algumas comunidades. A falta de apoio de outras lideranças é outra di­ficuldade citada. “Nunca tive padrinho, se cheguei até aqui foi por força própria e dos meus eleitores”, orgulha-se. Para ele, a conquista da presidência é “uma vitória pessoal”.

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