A colheita da uva que iniciou há uma semana na parte alta do Vale apresenta bons resultados nos 1,7 mil hectares de plantio.
A safra foi favorecida com dias de sol e chuva consideradas propícias pelos produtores nos meses de agosto e setembro.
A expectativa conforme o técnico fruticultor da Emater/RS, Derli Bonini, é de que a produção seja de 23.931 toneladas. Dois Lajeados é o maior produtor da região com 850 hectares equivalente a 50% do plantio.
Neste ano, a safra destaca-se pela sanidade das frutas. Bonini diz que é necessário que chova adequadamente nas próximas semanas durante o período de maturação da fruta.
O preço mínimo da uva passou de R$ 0,46 para R$ 0,52 o quilo. “Um incentivo para os produtores”, diz. Conforme dados da Emater, 50% desta safra é destinada à produção de sucos, 48% de vinhos em pequenas cantinas e 2% para consumo.
Boa perspectiva
A boa produção de uva incentivou produtores da região a iniciarem o plantio. Em Rui Barbosa, Canudos do Vale, o agricultor Diego Zanoni, 30 anos, iniciou um experimento que funcionou.
Há cerca de um ano, Zanoni plantou cerca de 500 mudas, iniciando a fase de testes em quatro variedades da fruta. Para ele, os primeiros resultados foram satisfatórios. “As plantas desenvolveram bem. O clima deste ano está favorável”, diz.
As frutas ainda não vieram neste ano, pois a planta só desenvolve após dois anos de cultivo. A intenção de Zanino é ampliar a produção. “Se o clima colaborar”, pondera.
Maior qualidade da fruta
O técnico agrônomo Rui Tomazi, de Santa Clara do Sul, perdeu cerca de quatro mil quilos de uva na última safra por excesso de chuva. Desta vez o produtor está satisfeito, pois a estimativa é de que a qualidade dos 2,5 mil pés que cultiva seja superior.
Tomazi enfatiza que neste ano há menos quantidade e mais qualidade. “A fruta está mais doce, propícia para a produção vinho”, observa. Ele planta uva há cinco anos e afirma que a variedade mais produzida é a iwes (bordô) que é destinada ao preparo de vinho e suco.