Tramita em grau de recurso especial (já em Agravo Regimental, última chance) no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, processo de improbidade administrativa, número 10.666 49/RS contra o prefeito de Roca Sales, Antônio Valezan (PTB). A acusação é de distribuição de sapatos em período eleitoral. No Tribunal de Justiça do estado o parecer foi pela perda dos direitos eleitorais. Como recorreu da decisão, foi considerado apto pela Justiça Eleitoral para concorrer nas eleições de 2008.
Valezan alega que os 28 pares da calçados distribuídos durante uma festa no interior eram condenados na linha de produção da Calçados Beira Rio, empresa instalada em Roca Sales. Na época, em 2000, o diretor-presidente da indústria, Roberto Argente, tinha mandato de deputado federal pelo Partido Humanitário Socialista (PHS) e para que não incorresse em processo de cassação, Valezan assumiu a autoria do delito eleitoral. “São pessoas que não têm o que fazer que espalham isto na imprensa. São alguns que estão com expectativa de voltar”, acusa o atual prefeito.
Valezan na época era secretário da Administração de Bayar Fischer dos Santos, (hoje recolhido ao Presídio Central acusado de mandante de assassinato). Por estar num cargo administrativo quando praticado o delito, foi enquadrado por improbidade administrativa. “Tenho perdido noites de sono devido a este processo”, queixa-se. Por outro lado, afirma que acredita na Justiça. “Se tiver que cumprir pena, cumpro, mas considero injusto, se tiver de deixar a prefeitura devido a uns pares de sapato.”
Ele acrescenta que se confirmada a expectativa de perda de mandato, seu vice Amilton Fontana (PMDB) está preparado para administrar Roca Sales.