Instalada desde maio deste ano no bairro Imigrantes, uma fábrica de café pode ter de deixar o prédio alugado por causar impactos na vizinhança, segundo a secretária de Meio Ambiente, Ângela Schossler. Ela afirma que a empresa foi notificada para que apresentasse, até o final do ano, um relatório com diagnósticos e soluções de readequação que elimine os problemas de mau cheiro e dispersão da fumaça.
Ângela confirma que, não havendo solução, a secretaria exigirá a realocação da empresa. “Não está havendo nenhum dano ambiental grave, mas o impacto sobre a vizinhança é forte”, avalia. Isto é confirmado por Marta Caye, que mora perto do local há mais de 30 anos. Ela organiza um abaixo-assinado que será entregue esta semana para a Promotoria Pública. “A fumaça atinge a maioria das casas. Crianças e idosos apresentaram problemas de saúde”, garante.
Outra moradora vizinha reclama da sujeira causada pela fumaça. Eva Cardoso da Rosa mora a menos de 150 metros da chaminé da empresa e diz que paredes, portão e varandas estão sempre sujos de fuligem. “É um cheiro de queimado insuportável. Tem dias que a rua fica coberta de fumaça”, reclama. Ela acrescenta que o impacto atinge ainda o bairro Pinheiros.
Empresa trabalha para se adequar
Melchior Spessato, gerente da empresa, afirma que visitou outras fábricas no estado para buscar exemplos de adequação e preocupa-se com a possibilidade de mudar de local. “Geramos recursos para o município e queremos crescer mais, no entanto em harmonia com a comunidade”, salienta. Ele acrescenta que a empresa tem 12 funcionários diretos, além dos fornecedores.
Spessato informa que a empresa contratou um engenheiro para cuidar da situação e que parte do problema foi amenizado, como a dispersão de fumaça, que segundo ele, é originado pela umidade interna da empresa. “Mas, o aroma será quase impossível eliminar”, afirma.
Sobre a possível saída, ele confirma que será a única alternativa, caso não haja nenhum acordo entre empresa, administração municipal e comunidade.
Carlos Osterkamp, engenheiro mecânico e de segurança contratado pela empresa, informa que foram diagnosticados, inicialmente, problemas operacionais na limpeza de equipamentos, e combustões incompletas no processo de fabricação do café, mas que os funcionários estão sendo treinados para evitá-los. Osterkamp acredita que a readequação ocorrerá dentro do prazo. “Após acertamos a parte operacional, veremos se há necessidade de mais adequações”, diz.