Falta de mão de obra na cidade dificulta preenchimento de vagas no quadro funcional da União das Associações de Moradores dos Bairros de Lajeado (Uambla). A carência gera inadimplência nos pagamentos do estacionamento e reduz a qualidade no atendimento. Em alguns pontos um funcionários precisa atender a duas quadras.
Hoje, a associação emprega, quatro trabalham um turno porque são estagiários; dois entram mensalmente em férias; e cinco estão afastados por doença. O salário é de R$ 547, e a entidade não exige experiência.
Para atrair novos funcionários a Uambla pretende oferecer uma disciplina por semestre na faculdade ou o mesmo valor em algum curso técnico. O presidente Darci Polis cita que a iniciativa deve atrair e qualificar o quadro funcional.
“Alguns funcionários que receberam cursos pela Uambla, hoje, trabalham em outras funções com gratificações maiores”, diz. Segundo ele, a Univates foi procurada para firmar parceria e oferecer descontos nas mensalidades, mas ela não se interessou.
Polis diz que há comerciantes da Av. Benjamin Constant exigindo cobrança de estacionamento em mais pontos, mas avisa que é preciso completar primeiro o quadro atual.
Para trabalhar na Uambla é preciso ter mais de 18 anos, ter concluído o Ensino Fundamental e estar cursando no mínimo o Ensino Médio. A entidade oferece carteira de trabalho assinada, vale-transporte de 6%, almoço no local, gratificação de assiduidade, tratamento odontológico, convênio com farmácia, seguro de vida e cursos em parceria com administração municipal e outras entidades.
A carga horária é de 44 horas semanais, sendo 33 de atendimento ao público. A entidade aceita candidatos de outros municípios. Conforme Polis, os cursos são remunerados com hora extra. Hoje, ocorre um curso de primeiros socorros.
Escassez comprovada
Circulando pelas principais vias de Lajeado é comprovada a carência de funcionários da Uambla. Na Av. Benjamin Constant, desde a rua Tiradentes até a rua Marechal Deodoro, há 11 quadras. Neste trecho, havia apenas sete cobradores que se desdobravam para cobrar os dois lados da via. No trecho entre as ruas João Batista de Mello e Marechal Deodoro, são quatro quadras seguidas sem funcionários.
Na rua Júlio de Castilhos, via central da cidade, nas 12 quadras onde há o estacionamento rotativo, apenas cinco realizavam o serviço e todos eram responsáveis por cobrar ambos os lados da via, tendo de atravessá-las a via diversas vezes. A verificação ocorreu na tarde de ontem, entre 15h e 15h30min.
Funcionários e motoristas reclamam
Morador de Cruzeiro do Sul, Delmar Buzzata, precisa vir a Lajeado diariamente para realizar vendas. Ele costuma estacionar próximo da Escola Madre Bárbara e diz que por várias vezes não pagou, pois não havia cobradores. “Esperei quase dez minutos e nada. Cansei e fui embora sem pagar”, afirma, ao mesmo tempo em que aguardava mais uma vez pela presença de cobrador.
Um funcionário, que trabalha no turno da tarde e prefere não se identificar, diz que a maioria reclama de sobrecarga no serviço. Ele indigna-se que, além de não dar conta do número de veículos, precisa trabalhar em vias principais, às vezes duas quadras, e nas ruas paralelas próximas. “Isto com chuva ou muito sol. Acho que deviam contratar mais pessoas ou pagar melhor pelo nosso trabalho”, reivindica.