Após uma semana negociando com a Extinlight, Sindicato dos Empregados do Comércio e 30 funcionários decidiram acionar a Justiça para receberem seus direitos trabalhistas.
Na quinta-feira da semana passada, o proprietário da empresa anunciou a diminuição do quadro funcional e forçou os trabalhadores a pedirem demissão retroativa em 30 dias. As vítimas procuraram auxílio do sindicato que foi até a empresa com um advogado.
Uma nova reunião entre órgão e trabalhadores ocorreu na terça-feira. Conforme o presidente da entidade, Ricardo Ewald, o advogado do sindicato entrará com ação judicial contra a empresa. Ele pedirá liberação da carteira de trabalho, salário atrasado e liberação do fundo dos funcionários.
Ewald cita que a empresa não pretende decretar falência porque tem contratos a cumprir até junho de 2011. Até lá deve manter cerca de seis funcionários.
Bernadete Utzig, 51 anos, trabalhou por seis anos na empresa; Eloi Luis Henges, 53 anos, por um ano e dez meses e Marlo Lunges, 26 anos, por um ano e seis meses. Eles participaram da reunião e ficaram revoltados com a situação.
“Moro sozinha e pago aluguel, o dono da casa já veio me pedir como vou pagar”, conta Bernadete. Ela diz que a empresa alega estar sem dinheiro para pagar as dívidas com os trabalhadores.
Lunges diz que tem férias atrasadas e 13º salário a receber. “Tenho aluguel para pagar, um filho para alimentar e está chegando o fim do ano e sempre gera contas”, lamenta. Ele diz que está desesperado procurando emprego e espera receber seus direitos.
Receio de perderem direitos
Trabalhadores que residem nas proximidades da empresa, no bairro Cascata, fazem plantões diários em frente ao local. Eles receiam que o proprietário retire todo o maquinário e produtos. O material poderá ser solicitado via processo judicial para ser leiloado e com o valor pagar as dívidas dos funcionários.
Na tarde de quarta-feira, eles viram um caminhão estacionar em frente à empresa e imaginaram que fosse para retirar os materiais. Contudo, a Brigada Militar (BM) e o sindicato verificaram que se tratava de uma entrega de produtos.