O corpo de Cristian Diego Barbosa foi encontrado às 16h05min dessa segunda-feira pelo Grupamento de Busca e Salvamento de Porto Alegre (GBS) após 44 horas de procura. O jovem estava preso em um buraco de cerca de 12 metros de profundidade, no leito do Rio Taquari.
A única equipe de mergulhadores para resgate de vítimas de afogamento do estado, os homens-rãs, chegou às 10h45min. Informações imprecisas dificultaram o resgate, e o grupamento só conseguiu encontrar o jovem ,quando uma das testemunhas apareceu para apontar o local exato do desaparecimento.
O soldado Jonatas Hagen disse que a equipe de 16 mergulhadores geralmente encontra o corpo. “Em 48 horas ele emerge devido aos gases gerados. Encontramos vítimas que foram arrastadas por mais de 22 quilômetros.”
Versões conflitantes
Conforme o pai, Pedro Barbosa, era incomum o filho ir ao rio. “Ele operou o joelho há um mês e não tinha retomado completamente os movimentos da perna”, conta. O jovem foi encontrado usando calça jeans e cinto. Segundo testemunhas, o grupo de oito jovens tentava atravessar o Rio Taquari, no sábado, por volta das 20h, quando o caiaque virou. Contudo, outras testemunhas dizem que ele se atirou na água. “São muito inconsequentes, pensam que é fácil, que não há perigo. Ele estava com os amigos na hora da festa, mas agora, para achar o corpo, onde estão os parceiros?”, desabafa o pai.
Local registra diversas mortes
Moradores do bairro Navegantes contam que se tornou comum tragédias no trecho do rio. Pescador e morador há 40 anos, Luiz Antonio Shuck ajudou em vários resgates. “Quase todos os fins de semana tem uma tragédia. Nesse trecho, o rio engana porque parece raso, quando na verdade há buracos de até 15 metros”, avisa. Schuck viu morrer amigos e conhecidos nas mesmas condições. “Normalmente, comem e bebem demais, depois entram na água sem medo. Acham que não acontecerá com eles”, diz.
Vítima poderia ser salva
Segundo coordenadora de Enfermagem da Univates, professora Arlete Eli Kunz da Costa, geralmente o afogado apresenta quadro de baixa temperatura corporal, náuseas, vômito, distensão abdominal, cansaço e dores musculares. Ela diz que no salvamento é preciso ligar para a emergência e depois, tentar o resgate com um flutuador. “Deve aproximar-se pelas costas e segurar pelas axilas, mantendo a cabeça fora da água. A vítima deve ter as pernas imobilizadas. Caso esteja inconsciente, inicie imediatamente a ressuscitação”, explica.
Técnica da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)
* Avalie a vítima (ver-ouvir-sentir)
* Caso não haja batimentos, nem movimento abdominal ou torácico, faça 30 compressões no peito, seguidos de duas ventilações por cinco vezes, examinando a vítima a cada ciclo.
* Com a vítima consciente coloque-a na Posição Lateral de Segurança (PLS).