Com tratores e carroças cerca de 50 moradores da RS-421, principal acesso entre os municípios de Lajeado e Forquetinha, bloquearam a rodovia durante uma hora na segunda-feira.
Promessas renovadas anualmente são insuficientes para alentar a população que promete mobilizações constantes até conseguir a pavimentação.
O agricultor Pedro Heep com apoio de vizinhos trancaram a passagem de veículos e caminhões na Vila Storck, em Forquetinha, para pressionar o governo a iniciar as obras de pavimentação. “Estamos cansados de ser iludidos. Fecharemos a via quantas vezes for necessário. Queremos asfalto”, protesta.
A dona de casa Isabel Krüger criticou a falta de apoio da administração. “Cadê o prefeito, os secretários e os vereadores? É uma obra que beneficiará a todos, indiferentemente de cor partidária”, defende.
O professor Bruno Mattes diz que os moradores fizeram um abaixo-assinado com 104 assinaturas a fim de sensibilizar as autoridades para o problema. “Chega de poeira. Não descansaremos antes do início e concluisão da obra”, diz.
Trancada na burocracia
Conforme a assessoria de imprensa do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) o acesso asfáltico da RS-421, entroncamento com a BR-386 – acesso a Forquetinha, com 13,6 quilômetros aguarda assinatura do contrato para o início das obras. A empresa responsável é a Construtora Giovanella Ltda. e o valor previsto é de R$ 3,3 milhões. A obra iniciará quando for liberada a licença ambiental.
Desconfiança em outras obras
Antes das eleições, o governo anunciou o início de obras viárias no Vale do Taquari. Contudo, nos últimos dias, as empreiteiras responsáveis pelos serviços dispensaram funcionários, frustrando a população.
Para o prefeito de Boqueirão do Leão, João Davi Guedes, o fato de não haver máquinas em atividade ao longo do trecho da ERS-422 (rodovia que liga o município a Venâncio Aires) e os funcionários “terem levantado acampamento” é lamentável e deixa a comunidade sem resposta.
A esperança é que completem com asfalto pelo menos um quilômetro e meio onde foi colocado piche, na localidade de Sete Léguas, para que não se perca o que foi feito.
Goergen, que preside a Comissão dos Municípios sem Acesso Asfáltico, afirmou que os recursos na ordem de R$ 1 bilhão advindos do Fundo de Previdência do Estado, e do orçamento foram destinados a obras de infraestrutura, como pavimentações. “Essas obras não podem parar. São importantes para o desenvolvimento das cidades”, destaca.
Os prefeitos dos 109 municípios sem acesso asfáltico solicitaram ao governo estadual a continuidade das obras dos 48 trechos em execução em todo o estado.
A manifestação ocorreu em 19 de outubro, no auditório da Assembleia Legislativa, durante a 2ª Marcha Gaúcha – Os Municípios pelo Rio Grande.
O que diz o Daer
O diretor de Infraestrutura rodoviária do Daer (Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens), Cezar Garcia, afirmou que não existem obras paradas em nenhum trecho onde já foram iniciados os trabalhos. “Nenhuma ordem no sentido de paralisação das obras partiu do Daer”, garantiu.
O secretário de Relações Institucionais, Pedro Feiten, reforçou que a responsabilidade das obras é das empresas conveniadas e não do Daer.
Fique por dentro
Na RS – 424 que liga Forquetinha a Sério, o embalo dos trabalhos foi caindo depois das eleições. Esta semana apenas uma máquina trabalhava no trecho de 22 quilômetros. A maioria dos funcionários foi dispensada e as máquinas foram deslocadas para outras obras.
Na RS – 422 que liga Venâncio Aires à Boqueirão do Leão, há duas semanas não existe nenhuma máquina em atividade e os funcionários “levantaram acampamento”. A maioria foi deslocada para Canudos do Vale.
No trecho de três quilômetros que liga Marques de Souza à Travesseiro apenas duas máquinas trabalham na preparação da base.
No trecho da RS – 424 que liga Forquetinha à Canudos do Vale e em Progresso a rodovia que liga o centro ao distrito de Campo Branco as obras estão ocorrendo em ritmo normal.
A pavimentação asfáltica entre a cidade de Cruzeiro do Sul e o Bairro Bom Fim ainda não iniciou.