Após reuniões entre Ministério Público (MP) e secretarias municipais de Meio Ambiente com os proprietários de áreas ribeirinhas do Rio Taquari, a recuperação da mata ciliar começará. Na quinta-feira, o diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas (Defap), Rafael Ferreira, esteve no Jardim Botânico de Lajeado para entregar as primeiras mudas doadas pelo governo estadual para o Programa de Recuperação do Corredor Ecológico.
Serão 250 mil mudas de árvores nativas doadas até o fim do próximo ano. A primeira remessa, de 12,9 mil mudas de 50 diferentes espécimes, será dividida entre Lajeado, Estrela e Cruzeiro do Sul, que iniciam o plantio na próxima semana. As outras dez cidades receberão de acordo com o tamanho da área a ser recuperada, em março de 2011. “Há um contrato com a empresa fornecedora. Portanto, existe a garantia que as mudas serão entregues, mesmo que o governo seja outro no próximo ano”, avisa.
O diretor lembra que as doações foram garantidas pelo Programa Árvore Minha Vida e informa que em todo estado serão plantadas cerca de três milhões de mudas. Milton Stacke lembrou que a região pode ser beneficiada com recursos acima de R$ 1 milhão que serão utilizados para manter e ampliar o programa. Representando o MP, o promotor de Justiça, Neidemar Fachinetto, destacou a dimensão do programa. “Esse projeto terá um impacto local, mas que repercutirá globalmente”, conclui.
Detalhes do programa
Sob a tutela da promotora Monica Maranghelli de Ávila, o programa prevê o plantio de árvores de espécimes nativas numa faixa de 10 a 30 metros de extensão, variando de acordo com as características de cada propriedade. No total, serão 530 quilômetros recuperados em ambos os lados do leito. Até o momento, foram visitadas mais de duas mil propriedades com quase 500 termos de compromisso assinados pelos moradores de áreas ribeirinhas.
Entre as medidas que visam recuperar a fauna e a flora dessa faixa ribeirinha, os proprietários devem providenciar a remoção de lixo e depósitos de materiais nas áreas, tratamento dos efluentes domésticos, cessar a prática de poda drástica da vegetação nativa e ampliação de benfeitorias, parar com a criação de animais e retirar a vegetação exótica, isolando a área a ser recuperada.