Em duas semanas será possível saber a situação dos principais recursos hídricos da região. Durante um ano, uma equipe da Univates – Unianálises realizou seis coletas de água em 15 pontos diferentes dos rios Taquari, Forqueta, e dos arroios Engenho, Saraquá e Encantado, em Lajeado; Estrela e Boa Vista, em Estrela; Sampaio, em Cruzeiro do Sul; e Arroio Grande, em Arroio do Meio.
O resultado será publicado numa reportagem especial no mês de novembro com análises criteriosas de profissionais da área ambiental.
O trabalho ocorreu por meio de uma parceria entre a universidade e o jornal A Hora, com apoio da Patrulha Ambiental da Brigada Militar (Patram). O resultado servirá como base para ações de recuperação a serem executadas pelos órgãos ambientais responsáveis.
Segundo o gerente administrativo da Unianálises, Jéferson Bottoni, com o resultado das amostras será possível avaliar se há focos de contaminação, por meio da contagem de coliformes. “Os resultados podem estar associados ao despejo de efluentes líquidos domésticos ou provenientes da criação de animais”, diz
Bottoni explica que é possível diagnosticar a viabilidade da vida aquática por meio dos teores de fósforo e nitrogênio presentes da água. “Em excesso ocorre a proliferação de algas em demasia, impedindo a passagem de luz solar nas partes mais fundas. Isso prejudica a vida dos peixes”, afirma,. Segundo ele, a situação piora com a presença de grandes cargas de matéria orgânica proveniente de efluentes industriais. “Essas matérias necessitam de oxigênio, podendo restar pouco ou até mesmo nada para os demais seres vivos”, diz.
Como foram as coletas
Segundo o químico industrial, Rodrigo Giovanella, responsável pelas coletas, foram feitas seis delas, uma a cada dois meses. Ele afirma que esse procedimento é padrão e ocorre em decorrência das quatro estações do ano. “O clima [sic] varia em seus extremos. Assim, frequentemente a parte física, química e biológica do rio se transforma”, explica. Giovanella diz que é importante realizar um trabalho a longo prazo e com coletas frequentes para obtenção do máximo de dados possíveis.
Ele informa que são analisados diversos itens. Os principais são a quantidade de oxigênio presente nos leitos, a temperatura da água, sua acidez e alcalinidade e a coloração. Giovanella explica que as amostras são retiradas um metro abaixo da superfície da água, e guardadas em três recipientes diferentes. Um deles para análise microbiológica, e os demais para análises fisiológicas. “Todas são feitas no laboratório, apenas a medição de temperatura e de oxigênio no momento da coleta”, finaliza.