O horário de verão deste ano começa no dia 17 de outubro e se estende até 20 de fevereiro de 2011. Durante o período de 127 dias, os brasileiros das regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste terão os seus relógios adiantados em uma hora.
A expectativa da AES Sul para o Vale é que se reduza em 4% o uso da energia elétrica das 19h às 22h, horário de pico no consumo. A redução no gasto total deve ficar em 0,5%, a média dos últimos cinco anos em toda a região.
Se na cidade a mudança representa alteração de hábitos, no campo em muitas ocasiões ela passa despercebida. Nilo Cortez, engenheiro agrônomo da Emater/Ascar-RS, diz que os trabalhadores rurais têm seus afazeres atrelados à natureza e ao posicionamento do sol que não respeita convenções adotadas.
Cortez afirma que para estas pessoas, o que muda é o contato com serviços e programação dos meios de comunicação. Entre outros, os horários de serviços, como ônibus, escola, televisão e atendimentos médicos modificam-se. “Mas, esse é um fator ao qual o agricultor está acostumado”, afirma.
Ele conta que esteve em uma comunidade rural onde havia duas igrejas cada uma com próprio relógio de sino. “Enquanto um badalava pelo horário de verão, o outro permanecia inalterado. A confusão era para saber que sino representava qual hora”, conta.
Cortez recomenda o uso de protetor solar, item importante para o homem do campo em todas as estações e com o uso indispensável no verão. “Enfermidades graves, como o câncer de pele, podem ser evitadas com essa simples precaução” ressalta.
O agricultor Alberto Beuren diz que a mudança nos ponteiros do relógio não influenciará sua lida diária. “Quem dita a rotina é o sol”, afirma. Para ele, a chegada do horário de verão torna os dias mais compridos, e os animais precisam receber o trato mais cedo de manhã e mais tarde de noite, sempre conforme o amanhecer e entardecer.
Beuren acredita que a única coisa que muda com o novo horário é o tempo de descanso dos agricultores, “pois vamos dormir mais tarde e acordamos mais cedo”. Na propriedade de sua família são produzidos em média 800 litros de leite por dia. Número que não é afetado pelo novo horário.
Soraide Graf, diretora executiva da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Lajeado (CDL), acredita que com o aumento das temperaturas e os “dias mais longos”, a população permanece mais tempo nas ruas, um prato cheio para o comércio registrar lucro.
Em decorrência, o movimento nas lojas, restaurantes, bares e outros serviços relacionados tende a se intensificar. “De concreto, a tendência é que os empreendimentos atendam até as 19h, meia a hora a mais do que no período frio do ano”, afirma.
Ela diz que a Campanha Lajeado Brilha, da CDL, entra em vigor cerca de uma semana após o início do horário de verão e aposta na mudança de rotina da população para que o comércio tenha bons resultados.
Cuidado na hora de se exercitar
A chegada dos meses mais quentes aliada à “hora extra” de luz solar garantida pelo horário de verão faz muita gente deixar o sedentarismo de lado. Entre essas pessoas há aqueles que buscam academias e orientações técnicas e outros que se exercitam por conta.
Para aqueles que se enquadram no segundo caso, o professor de educação física, Vinícius Caliari, recomenda cuidado redobrado. Fatores, como velocidade, tempo e inclinação do terreno para exercícios como corridas e caminhadas, devem ser observados para evitar problemas musculares, articulares e não oferecer risco à saúde.
A dica do profissional é realizar exames médicos que orientem para a prática das atividades e depois disso consultar o profissional de Educação Física para que este prescreva os melhores exercícios de acordo com o perfil do interessado, controlando a intensidade do esforço. Hoje, muitas academias elaboram programas de atividades para atender quem prefere se exercitar ao ar livre.
Caliari afirma que tem aumentado o número de pessoas que buscam ou permanecem nas academias durante o ano inteiro. “Isto é reflexo do aumento das informações sobre os benefícios dos exercícios de maneira geral não só em favor da estética”, conclui.
Economize
Adiantar o relógio não resolve, se o consumidor não tomar alguns cuidados para evitar o desperdício energia. Entre eles, verificar as borrachas da geladeira, usar o chuveiro mais frio (uma economia de cerca de 30%) e investir em lâmpadas fluorescentes compactas, representando uma diminuição de quase 60% do gasto em relação ao comum.