Com a instalação de grandes empresas a carência de mão de obra é evidente no município. Para atender a demanda de funcionários, indústrias buscam profissionais em cidades próximas, como Anta Gorda, Ilópolis, Arvorezinha e Capitão. Segundo o presidente do Sindicato da Alimentação, Moacir Luiz Tramontini, a carência maior é do sexo masculino já que o trabalho na maioria das vezes é pesado. “Homens têm mais força para trabalhar no serviço pesado, por isso precisamos mais mão de obra masculina”, diz.
Valmir Rodrigues, 30 anos, pega ônibus às 5h e percorre cerca de 80 quilômetros até o trabalho. Ele mora em Arvorezinha e passa duas horas do dia viajando. “Na minha cidade não tem emprego, então preciso fazer um esforço e pegar diariamente a estrada. Compensa porque aqui o salário é bom”, diz o funcionário do frigorífico de suínos da Cosuel.
Com a grande oferta de emprego, o município atrai pessoas de outras partes do estado e até de fora. Natural de Alegrete, Edion Regis Trindade Machado, 30 anos, mudou-se há quatro anos para a cidade onde trabalha como auxiliar de limpeza na mesma cooperativa. “Saí da minha terra natal porque não tinha emprego para os 98 mil habitantes”, comenta.
O mesmo motivo levou Zumair Luiz Zucchi, 28 anos, deixar a cidade de Toledo, no Paraná. Apesar da rotina prolongada no frigorífico onde conseguiu uma vaga de auxiliar de produção para trabalhar no turno da noite, Zucchi diz que o salário compensa o esforço. “Aqui, pelo menos temos onde trabalhar. Lá onde morávamos antes a oferta de trabalho era escassa”, diz.