O laudo técnico da vistoria realizada na estiva do Arroio Forquetinha apontou irregularidades na construção inaugurada em 2008. Na época, o investimento foi de R$ 80 mil. Após a passagem de um caminhão carregado com brita no sábado, dia 14, a estrutura da estiva cedeu em um dos lados e abriu um buraco de aproximadamente dois metros de profundidade. O local foi interditado para a travessia de veículos e de pedestres.
Conforme o engenheiro Samir Battisti, há irregularidades. A fundação da estiva não foi feita sobre a rocha, mas sobre um leito de pedra britada. Outro problema é a armadura estabelecida. No projeto ela tem 20 centímetros, mas isso não foi constatado no local. Em relação ao comprimento, as medidas apontaram 30 metros, dez a menos do que está descrito no projeto. Inicialmente, ficou estabelecida a utilização de 135 tubos de concreto, porém o engenheiro contabilizou só 120.
Outra situação apurada é a falta de ligação entre a tubulação, a laje de concreto, o material utilizado, pedra britada e areia do arroio, contribuiram para o surgimento dos sinais de erosão. “A obra foi mal projetada e executada e faltou fiscalização. Verificamos a desproporção no uso de material. No projeto temos uma quantidade e na obra outra. Não sabemos onde foi parar, nem por que não foi utilizado, conforme tinha sido sugerido pelo engenheiro”, diz Battisti explica que o problema não tem solução. “Temos que fazer toda estrutura nova. O custo poderá chegar a R$ 100 mil. Não tem como recuperar a estrutura porque ela está oca. A base foi feita com material compactado (areia e cascalho do arroio) e levado pela correnteza”, explica.
Sindicância
O prefeito Waldemar Richter diz que será aberta uma sindicância para apurar as irregularidades. “Faltou planejamento para a construção da estiva pela administração anterior. Foi dinheiro do povo jogado fora. Temos o compromisso de esclarecer os fatos para a população. Os culpados devem ser responsabilizados”, frisa.
A estiva localiza-se entre as pontes do Storck e do Bauereck e era utilizada como um dos acessos à sede do município pelos veículos que circulavam à margem esquerda do Arroio Forquetinha. Agora o percurso para chegar ao centro chega a cinco quilômetros.
Por enquanto, não há solução. A administração tem um projeto para construção de uma ponte nas imediações do Campo do Nacional, porém depende de recursos federais para executar os trabalhos.
“Querem destruir nossas obras”
O ex-prefeito Lauri Gisch afirmou que a culpa é da atual administração que foi negligente e não atendeu os pedidos de manutenção dos vereadores e da população. “Deveriam ter feito as reformas e ter zelado pelo patrimônio público. Deixaram de resolver o problema e a água foi se infiltrando e danificou toda estrutura. Como permitiram a passagem de caminhões com mais de 50 toneladas? É uma estiva e não uma ponte. Agora é fácil acusar os outros, mas a população sabe de quem foi a culpa”, critica.
Gisch diz que a atual administração tenta criar mais uma polêmica e destruir suas obras.
Faltou manutenção
O aposentado Olavo Griesang, 71 anos, comenta que a comunidade está isolada. “Não há outras travessias. Por que não colocaram placas para limite de cargas. Não sei como a estrutura aguentou tanto tempo. Passavam caminhões com mais de 30 toneladas de material”, observa. Griesang explica que a administração deveria ter feito a manutenção e assim poderia ter evitado o problema.