Vale do Taquari e Rio Pardo –No domingo, às 16h, na Catedral São João Batista, dom Canísio Klaus assume a diocese, durante missa presidida pelo arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings. O ex-aluno do Seminário São Batista e ex-padre da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Arroio do Meio, dom Canísio substituirá dom Sinésio Bohn, bispo da diocese há quase 23 anos.
Conhecido como um bispo que prefere uma ligação mais próxima com os fiéis, Klaus afirma que sua evangelização valoriza o ser humano. “É claro que a diocese exigirá uma presença constante no setor administrativo. Porém, na medida do possível, quero estar junto aos fiéis”, observa.
Um dos principais desafios, de acordo com o novo bispo, é com o tamanho da diocese, que tem 52 paróquias e mais de mil comunidades católicas em 40 municípios dos vales do Rio Pardo e Taquari. “Faremos de tudo para que nossa missão chegue a todos os lares. É um compromisso que assumo”, diz. Dom Canísio deixou claro que um bispo não faz tudo sozinho. “Precisamos de pessoas que, como nós, se dediquem à igreja. Renovar, tentar formar novas lideranças que auxiliem nos trabalhos nas comunidades e espelhem a palavra de Deus”, comenta.
Questionado sobre as possíveis mudanças que possam ocorrer, dom Canísio disse que apenas fará alterações depois da posse, se forem necessárias. “Primeiro preciso me inteirar dos projetos e ações que são desenvolvidas. Conversaremos com o clero antes de tomar decisões.”
Distante cerca de 2,2 mil quilômetros da antiga residência, em Diamantino, em Cuibá, no Mato Grosso, dom Canísio declarou-se feliz por retornar à região. Em sua nova casa, terá a companhia do vigário-geral, padre Roque Hammes, e do coordenador pastoral, padre Alfonso Antoni.
Fiéis estão mobilizados
As paróquias e as comunidades estão envolvidas e centenas de caravanas se deslocarão até Santa Cruz do Sul para acompanhar a posse. Conforme o padre Paulo Krindges, da Paróquia Santo Inácio de Loyola de Lajeado, cerca de 500 pessoas programam participar da missa. “Será um fato histórico. As lideranças de cada comunidade estão mobilizadas e organizam lotações para viajar até lá e assistir à posse”, comenta.
Em Arroio do Meio, terra natal do novo bispo, a população está eufórica. Euclides Scheid, 54 anos, um dos melhores amigos de Klaus, conta que está orgulhoso. “Ele é uma pessoa muito amável e solidária. Com certeza terá condições de fazer um bom trabalho. Agora ficará mais fácil nos encontrarmos para jogar futebol e comer um bom churrasco nos finais de semana”, comenta.
O padre Paulo Hoffman, 59 anos, da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, diz que toda comunidade está contente pelo fato de o bispo ser natural da cidade. Ao todo cinco ônibus se deslocarão até Santa Cruzdo Sul. “É uma honra para os familiares e para toda comunidade”, destaca.
Como será a cerimônia
Para a cerimônia de posse são esperados mais de seis mil fiéis oriundos de 52 paróquias e mais de mil comunidades dos vales do Taquari e Rio Pardo. Dom Dadeus Grings apresentará o nome de dom Canísio Klaus para a comunidade e para o Conselho de Consultores da Diocese formado por 11 padres. Logo após, será feita a leitura da nomeação em latim e em português. Em seguida o bispo dom Sinésio repassa o cajado ao seu substituto. Após a cerimônia Klaus rezará a primeira missa na Catedral São João Batista como novo bispo.
“Não vou me aposentar”
Dom Sinésio Bohn se afastará da diocese por dois meses, após a posse de dom Canísio, para deixar o novo bispo à vontade. No período, Sinésio pretende visitar paróquias distantes, onde mantêm antigas amizades. Depois, deverá aceitar o convite de seu sucessor e auxiliará nos trabalhos e projetos da paróquia.
Dom Sinésio é natural de Linha Bonita, interior de Montenegro. Nasceu em 11 de setembro de 1934. Ano passado, ao completar 75 anos e quase 23 como bispo de Santa Cruz do Sul, encaminhou sua carta de renúncia ao Vaticano, como determina a igreja. Ele está residindo na casa reservada aos padres idosos e doentes da Diocese de Santa Cruz do Sul.