Estrela – Roselaine Maria Steffens e Sirlei Maria Werman têm uma situação em comum: ambas tiveram de largar seus empregos para cuidar dos filhos. Elas moram no bairro Pinheiros, onde não há Escola Municipal de Educação Infantil (Emei). As mais próximas são a Arco-íris, no bairro Imigrantes, a Paraíso, no loteamento popular e a Girassol, no Boa União. Há uma quarta nas proximidades, a Colmeia, mas essa não é municipal e sim mantida por uma entidade evangélica.
Roselaine é mãe de Brenda, de 1 ano e 4 meses, e considera que uma Emei dentro do bairro seria ideal. “Muitas mães deixam com os parentes, porque não há creche aqui e as que existem ficam longe. A Colmeia é a mais próxima, mas não tem berçário. Na do Boa União tem, mas é preciso se inscrever bem antes“, conta.
Para Sirlei, devido ao transporte para os outros bairros as crianças podem até ficar doentes. Ela diz que havia promessas de construção de uma Emei no Pinheiros desde antes de engravidar. “Faz uns seis anos. Parei de trabalhar para cuidar dos meus filhos em casa”, relata. Sirlei é mãe de Bruno, de 5 anos, e Artur, de 3.
Conforme o presidente da Associação de Moradores do Pinheiros, Pedro Mallmann, a Emei para o bairro é prometida há anos, mas nunca saiu do papel.
No bairro das Indústrias, onde existe a Emei Estrelinha, deve ser construída uma segunda. O projeto está pronto e será enviado para Brasília, a fim de captar recursos federais.
Colmeia pode ser municipalizada
A Secretaria Municipal de Educação divulgou que há o interesse de construir uma Emei no bairro ou no loteamento popular, onde hoje existe o Centro Municipal de Atendimento Integrado (Cemai). Porém, a decisão só será tomada após o término de uma parceria existente com a creche Colmeia, por meio do Fundo Nacional da Educação Básica (Fundeb). Como o contrato não pode ser renovado, há a possibilidade que a escola seja municipalizada, absorvendo então a demanda de crianças do bairro Pinheiros. A parceria entre o município e a sociedade evangélica encerra-se em 2011.
Mais de 200 crianças aguardam vagas
Em um levantamento feito nas escolas de educação infantil em fevereiro deste ano, 259 crianças de 0 a 5 anos estavam na fila de espera por vagas. A Emei Estrelinha, no bairro das Indústrias, tinha a fila de espera maior, com 68 crianças. Na Emei Arco-Íris, do Imigrantes, havia 40 no aguardo. Na Girassol, no Boa União, 38; na Casa da Criança Estrelense, no Cristo Rei, 31 e na Paraíso, no loteamento popular, 20. Na Raio de Sol, no Oriental, havia 22.
As Emeis Criança Feliz, no Loteamento Marmitt e São João, no Oriental, tinham 18 crianças aguardando por uma vaga, em cada uma e a que tinha menos crianças na fila de espera era a Pingo de Gente, no Chacrinha, com apenas quatro. Os dados sobre lista de espera da Cantinho do Lar, no Auxiliadora, não constam no levantamento. As vagas de 0 a 2 anos são as mais procuradas, seguidas do maternal, de 2 a 3 anos e os jardins, de 4 a 5.
O levantamento também mostra a demanda da educação infantil ao longo dos anos. Em 2007, o total de alunos atendidos nas Emeis era de 835. Em 2008, esse número caiu para 801, mas voltou a subir em 2009, atingindo 979. Em 2010, o total de matriculados aumentou para 979.