Pagamento de servidores públicos é o maior gasto dos municípios

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Pagamento de servidores públicos é o maior gasto dos municípios

Servidores públicos, incluindo vereadores, tornaram-se os prin­cipais custos das prefeituras que destinam a maior parte do orçamento anual em pa­gamentos de funcionários. O município de Taquari tem o maior porcentual, chegando a 50,4%, perto dos 54% permitidos pela legislação. Conforme o prefeito Ivo Lauter, mesmo assim há defasagem no quadro fun­cional, contudo mantém o número de funcionários em 718 para não comprometer mais a receita.

Lauter explica que o go­verno quer evitar o êxodo ru­ral, por isso mantém escolas e postos de saúde abertos no interior, necessitando de mais servidores. “A nossa cidade tem um atendimento para a comunidade particularizado dos outros municípios pelo quadro funcional que tem”, conta. O prefeito afirma que as secretarias são abastecidas com recursos de emendas parlamentares.

Poço das Antas é a cida­de que menos gasta com funcionalismo no Vale do Taquari. A prefeitura destina 27,1% da sua receita para pagar os 90 trabalhadores que emprega. Segundo o vice-prefeito, Nestor Bröns­trup, a prefeitura é pequena e tenta administrar a cidade com o mínimo de despesas. Ele conta que um funcionário ocupa mais funções dentro da prefeitura. “Investimos maior parte do orçamento na Secretaria de Agricultura, visto que 83% da receita vem do setor primário”, diz.

Arroio do Meio é o segundo que mais gasta

O município destina 46% da receita para funcionários. O vice-prefeito, Klaus Schnack, reconhece o “inchaço” mas projeta aumento. Atribui o alto porcentual do funcionalismo a uma redução do orçamento devido ao fechamento de uma empresa. Ele diz que o município terá um prejuízo de R$ 3 milhões nos orçamentos deste e do próximo ano por causa da falta de controle dos gestores em 2008. Mesmo assim, Klaus prevê que os 46% aumentarão devido a uma reposição salarial para os servidores públicos que ocorrerá nos próximos meses.

Evitar ciclo negativo

O economista Eloni Salvi esclarece que cada município trabalha com preocupações únicas e depende delas o desenvolvimento de uma cidade. Ele cita que prefeituras que se preocupam com cus­teios – chamados gastos diretos – deveriam dar mais atenção para os investimentos para facilitar o desenvolvimento do município.

Salvi comenta que o investimento é pouco estudado nas cidades, porque ele necessita de anos para ser visto pela população, diferente dos gastos diretos que são em curto prazo. Ele comenta que é impor­tante usar o orçamento para infraestrutura de postos de saúde, escolas e rodovias que estimulam o crescimento.

Para o economista, os municípios pequenos, em que as prefei­turas tornaram-se a maior empresa, devem criar maneiras de atrair indústrias com melhores estruturas ou com incentivo na qualificação de mão de obra da população. “As cidades precisam mudar seus conceitos para acabarem com o ciclo negativo que entram. Negócios positivos atraem outros positivos”, observa.

Prefeituras são as “empresas”

Em algumas cidades a prefeitura é a maior empresa. Em Sério, por exemplo, tem 129 trabalhadores. Ela tem mais funcionários do que os 119 empreendimentos da cidade juntos, contabilizando apenas 68 empregos formais. Outros casos são Canudos do Vale, Forquetinha, Marques de Souza e Vespasiano Corrêa, onde a administração é a principal empregadora.

Gastos por mês

A região tem 87,9 mil pessoas empregadas com carteira assinada. Dessas, 9.482 pessoas, ou seja, 10,7%, são servidores públicos. As administrações gastam R$ 224,4 milhões mensais para manterem esses trabalhadores.

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