Os objetivos principais dos eventos relacionados à Semana Nacional do Meio Ambiente foram trabalhar em diversas faixas etárias a conscientização e aumentar para 10% o índice de separação dos resíduos nos lares da cidade. Segundo dados da Secretaria do Meio Ambiente, o minucípio produz diariamente cerca de 42 toneladas de lixo, cerca de 0,6 quilos por habitante, com picos de 90 toneladas nas festas de fim de ano. Conforme a secretária do Meio Ambiente, Simone Schneider, mesmo com as campanhas de conscientização a separação do lixo seco e do orgânico ainda não alcança uma receptividade adequada. A separação dos resíduos é realizada por apenas 5% dos lares. “Infelizmente, a mentalidade da maioria das pessoas ainda é de só mandar o lixo embora, sem se preocupar com o destino ou facilitar o reaproveitamento desse material, que pode gerar emprego e renda”, afirma.Francisco Bagestan, administrador do aterro sanitário municipal, confirma o baixo índice ao analisar o estado em que o lixo chega ao depósito. “A maioria das pessoas mistura tudo. Além de ser mais demorada a triagem, muito lixo seco não pode ser reciclado, porque está todo sujo e molhado, em meio à comidas apodrecidas”, explica Bagestan.
Aterro sanitário
Diariamente, após a coleta os veículos rumam para o bairro São Bento, em Lajeado. Lá, em 17 hectares se localiza o aterro sanitário do município, sendo 1,2 hectare reservado para o depósito. O caminho obrigatório para todos os dejetos produzidos pela cidade passa por uma esteira onde são submetidos a uma triagem realizada por 40 funcionários da Cooperativa de Catadores de Lajeado. Antes excluídos da sociedade pelos mais diversos motivos, essas pessoas agora encontram uma forma de renda com a venda dos materiais para empresas de reciclagem. Bagestan conta que em média eles recebem cerca de um salário mínimo por mês, de acordo com a quantidade dematerial vendido. “Além de agregar renda a essas pessoas, é importante que a separação seja realizada em casa para aumentar a vida útil da célula de depósito e facilitar o trabalho com esses resíduos.”
Saiba mais
O aterro sanitário de Lajeado é cercado por uma geomembrana de polipropileno – uma manta de liga plástica, elástica e flexível que impede que os resíduos líquidos do lixo, o chorume, contamine o solo. Cada camada mede cerca de 7 metros de altura e hoje o local se prepara para acrescentar a terceira que aos poucos ganhará a coloração branca resultante da aglomeração de sacolas plásticas que contém os rejeitos. O local tem monitoramento em sete pontos, garantindo uma licença ambiental para o funcionamento e de que nenhum lençol de água seja prejudicado pelos resíduos do lixo.
Separar faz bem ao meio ambiente
O engenheiro ambiental e professor universitário, Odorico Konrad, afirma que os percentuais de separação no país são baixos, tornando importante a conscientização da população para participar da coleta seletiva. Quanto ao destino dos resíduos no município ele acredita que há dificuldades sérias na triagem, pois o material perde o valor por estar misturado ao orgânico, aumentando a quantidade de lixo que vai para o aterro. “Isso com o tempo diminuirá a vida útil do mesmo, refletindo em custos elevados para o governo municipal e o contribuinte”, conclui. Ele separa seu lixo em três partes: orgânico (destinado a uma compostagem), rejeito e potencialmente reciclável, mas se diz satisfeito se as pessoas o separassem em pelo menos duas categorias, particularizando o rejeito do reciclável para facilitar a vida dos profissionais da coleta seletiva.
Foto Carolina Leipnitz