A venda da atual safra do tabaco segue em ritmo lento. Cerca de 50% da produção de fumo está estocada na propriedade do fumicultor, segundo levantamento feito pela Afubra. A ideia é forçar a indústria para uma negociação favorável. Conforme o presidente da entidade, Benício Werner, com a proximidade do ciclo de nova safra, o produtor agilizará a venda do tabaco estocado. Werner destaca que nos últimos três anos a venda tem se mantido lenta até abril e se acelera a partir do mês de maio até julho. “Neste período, sempre houve uma valorização do fumo e isso tem feito com que o produtor retenha o produto por mais tempo estocado. Esse cenário deverá mudar nas próximas semanas”, adianta. Quanto ao preço, Werner aponta que poderá se manter estável e não deverá sofrer grandes alterações na reta final de venda como o produtor espera. “Em virtude da boa qualidade tem se conseguido uma boa média. O aumento nos preços dependerá da procura na reta final”, afirma.
Média poderia ser melhor
Na localidade de Bauereck, de Forquetinha, o fumicultor Renato da Silva, 30 anos, ainda guarda cerca de 230 arrobas na propriedade. No início de março ele vendeu em torno de 90 arrobas e conseguiu uma média de R$ 100 em cada uma. Como o preço não agradou, ele estocou o produto e espera por uma remuneração melhor nos próximos meses. “Se comparado com o custo de produção, a média ficou abaixo do esperado. Espero fazer um negócio melhor”, disse. Sua intenção é vender o restante da produção só na metade do mês de junho.
Leite no lugar do fumo
O instrutor Nelson Bald explica que poderá ser registrada uma redução na área cultivada em virtude dos investimentos que são realizados na produção de leite. “Isso se deve aos incentivos concedidos pelas prefeituras. A área cultivada no Vale do Taquari deverá reduzir 30%”, estima. Bald aconselha o produtor a vender o produto estocado. “A indústria está dentro da classe, conforme a qualidade, e não oferecerá mais na reta final. O preço poderá se manter estável”, garante. Quanto à nova safra, Bald se demonstra otimista. “Tivemos uma redução de até 30% nos preços dos insumos. Com isso o produtor reduzirá custos e deverá obter melhores lucros na próxima safra”, projeta.