Mesmo que as partes não confirmem o rompimento do contrato de abastecimento de água, indícios apontam que está sacramentada a municipalização em Estrela. Faltando nove dias para as definições, a Corsan rejeitou a contraproposta feita pelo município, e esse encaminhou projetos de lei para a câmara de vereadores, criando regulamentos de gerência, conselho e fundo municipal que arrecadará valores de tarifação. A prefeitura prevê para os próximos dias abertura de concurso público para a contratação de nove funcionários, entre eles, encanador, engenheiro sanitário, pedreiro e leiturista.
Conforme a secretária do Meio Ambiente Ângela Schossler, a tarifa cobrada pela Corsan para abastecimento continuará sendo a mesma se houver a municipalização. Ela relata que estudos serão feitos para as reduções de valores, mas que a execução será apenas em 2011. Os lucros gerados neste ano serão usados para investimentos necessários na troca de comando e para ampliações e reformas na rede. A previsão é de que o governo gaste R$ 1,3 milhão para efetuar as mudanças – R$ 40 mil em equipamentos de leitura; R$ 417 mil em qualidade de água; R$ 757 mil em veículos leves e pesados; e R$ 160 mil em recursos humanos. O atendimento será 24 horas e feito junto ao prédio da Secretaria do Meio Ambiente e Saneamento Básico que é responsável pelo setor.
Amanhã, representantes do município pretendem se encontrar com a Corsan para trocar informações sobre funcionamento do local. E na segunda-feira querem se reunir com vereadores do município para esclarecer dúvidas sobre os projetos encaminhados.
Projetos não serão votados na segunda
Mesmo que o contrato se encerre na quinta-feira da próxima semana, o presidente da câmara de vereadores, Marco Wermann, confirmou na tarde de ontem que os projetos encaminhados pela prefeitura não entrarão em votação na sessão da próxima segunda-feira e poderão ficar retidos durante semanas no Legislativo, caso houver alguma dúvida. Wermann explica que cada comissão pode reter o projeto 15 dias.
Questionados sobre como ficará a população depois do dia 21 de maio, caso os projetos fiquem retidos na câmara, a secretária do Meio Ambiente e o represente da Corsan garantem que não haverá desabastecimento, pois enquanto não houver o descontrato formal, a Corsan continuará com as rotinas normais de trabalho.
Empresa imparcial fará avaliação do patrimônio
Tanto a Corsan como a prefeitura, mesmo antes de conhecerem a decisão, preveem que os próximos meses serão de batalha judicial, visto que há uma cláusula no contrato explicando que se a companhia deixar de administrar o abastecimento, a nova administradora terá que indenizar a Corsan pelos investimentos feitos no patrimônio. A Corsan estima que o valor da multa chegue a R$ 50 milhões.
O município justifica que uma terceira empresa, imparcial, será contratada para avaliar de forma técnica o patrimônio da Corsan.
Corsan mantém aberta negociação
Conforme o chefe da unidade de Estrela, Jorge Luis Dexheimer, a companhia quer continuar as negociações com a prefeitura, mesmo que não tenha aceitado parte da contraproposta do município.Dexheimer entende ser precipitado prever o que possa acontecer com funcionários caso não haja entendimento entre as partes.