Túmulos são transferidos para evitar esquecimento

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Túmulos são transferidos para evitar esquecimento

O cemitério mais antigo do município perde túmulos por estar abandonado. Familiares dos entes en­terrados no cemitério de Sampainho os transferem para cemitérios em ati­vidade a fim de preservar a memória. Cinco parentes da moradora de Picada Santa Clara, Edi Maria Mallmann, 53 anos, foram retirados desse e levados ao Católico na mesma localidade, onde recebe manutenção constante. Os dois estão instalados há uma distância de 3 quilômetros.

Edi afirma que o cemitério sem­pre teve importância para as comuni­dades locais. Nele os túmulos tinham construções planejadas. O material necessário era comprado só quando os prazos de construção e a natureza do túmulo estivessem definidos. O tipo de sepultamento predominante era de inumação no solo (caixão colocado diretamente na cova) com pequena cobertura de terra.

Para o professor e historiador José Alfredo Schierholt, os cemitérios são monumentos à memória daqueles que morreram e que os vivos fazem ques­tão de perpetuar. Consequentemente, esse tipo de construção adquiriu a condição de inviolabilidade no que se refere à pesquisa científica nos seus diferentes aspectos. Entretanto, sociólogos, antropólogos, folcloristas e outros têm dado excelentes contri­buições para um melhor conhecimento dos hábitos, costumes e práticas fune­rárias dos antigos. “Além do seu valor sentimental e humano, os cemitérios são uma rica fonte de informações históricas e um vínculo importante com o passado para indivíduos ou instituições”, afirma. Para ele, é indis­pensável que locais como esse sejam preservados pelo Poder Público.

O cemitério está há um ano e meio em trâmites para ser transformado em municipal. Segundo o chefe de gabi­nete da prefeitura, Fabrício Renner, inicialmente foi necessário realizar um acordo com a família detentora da área que a doou para a prefeitura. Agora a prefeitura prepara projeto para ser enca­minhando para a Fepan a fim de conse­guir a licença ambiental para reformular os túmulos, o acesso principal e criar novos. O valor do investimento para as melhorias necessárias não está definido e nem o valor que será cobrado para enterrar uma pessoa nesse espaço.

Estrela e Lajeado garantem mais lugares

A falta de locais para novas sepul­turas está sendo resolvida em Estrela e Lajeado. Segundo o secretário de Obras de Estrela, Nardi da Silva, no ano passado foram construídas 60 gavetas no cemitério municipal localizado na Linha Novo Paraíso e existe um projeto para 2011 que prevê a construção de mais 120 espaços. O secretário informa que não é cobrada nenhuma taxa para ceder espaço no cemitério. Em Lajea­do, existem dois cemitérios municipais. Segundo o coordenador habitacional da Secretaria de Habitação, Trabalho e Assistência Social, Paulo Fleck, não há mais vagas no cemitério do bairro Florestal, localizado ao lado da rodovi­ária, e não serão mais construídas novas gavetas. “Só serão enterrados novos corpos, se a família optar por dividir uma sepultura”, afirma.

De acordo com Fleck, quem qui­ser optar por um cemitério municipal terá de utilizar o espaço localizado no bairro Jardim do Cedro, próximo da divisa com o Santo Antônio. Lá foram construídas recentemente 29 novas gavetas e está em licitação o processo para a construção de mais 75 para este ano. “Em 2011, quere­mos construir mais 90 gavetas para atender a demanda”, informa. Sobre algumas reclamações a respeito da manutenção realizada naquele local, Fleck confirma que não existe um funcionário fixo, mas que os traba­lhos de limpeza são realizados com frequência, evitando o acúmulo de lixo. “É preciso uma consciência maior por parte de quem usa o local, para que ajude a preservá-lo”, opina. Segundo Fleck, existe um auxílio funeral que isenta de qualquer taxa as pessoas com renda de meio salário mínimo per capita, para quem não recebe esse auxílio, o custo pode chegar a R$ 375 em três anos.

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