Mesmo que a prefeitura tenha decidido pela municipalização da água do município, tirando a administração da Corsan, a Audiência Pública desta semana iniciou um jogo de propostas. Reuniram-se representantes da Corsan, prefeitura, Associação de Moradores, Sindiágua, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e comunidade, em que o órgão estadual apresentou uma proposta para se manter no controle do abastecimento municipal. Diferente do que foi confirmado dias atrás, a prefeitura aceitou analisar a sugestão, adiantando que apresentarão uma contraproposta após estudo interno.
O superintendente da Corsan, André Finamor, explicou que há algumas semanas uma proposta foi encaminhada para a prefeitura a fim de renovar a concessão baseada na nova lei de saneamento básico. A companhia propôs o abastecimento de água com a substituição da rede danificada; a criação de um fundo de gestão compartilhada que fará com que a companhia reserve um valor junto ao município para investimentos locais em saneamento; e o abastecimento de esgoto que seguirá um estudo apresentado para o município há dois anos. Finamor conta que com a implantação do esgoto a tarifa aumentará 47% e afirma que a cidade não terá capacidade de investir R$ 30 milhões – necessários para o tratamento de esgoto da cidade. “Implantar esgoto é quatro vezes mais caro do que água”, diz.
A secretária do Meio Ambiente, Ângela Schossler, representou o prefeito Celso Brönstrup na audiência e foi incisiva ao falar sobre a obrigatoriedade de investir em saneamento básico, indiferente de quem for administrar o sistema de abastecimento. “Estudamos possibilidades de redução de custos de tarifas, principalmente para famílias de baixa renda”, conta. Schossler afirmou que mais Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) compactadas serão construídas com valores menores que os estipulados pela Corsan.
Moradores e entidadesão a favor de melhorias
O presidente da União das Associações de Moradores dos Bairros de Estrela (Uame), Celso Machado, reafirma sua posição favorável à municipalização – o que havia dito para a reportagem no fim do mês de março. Machado disse que em conversa com outros residentes que ouviu apenas opiniões positivas quanto à troca. “As pessoas querem qualidade de água, redução de custos e que o dinheiro arrecadado permaneça na cidade”, esclarece.
O representante da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Alexandre Brume, diz que ele particularmente é a favor da municipalização da água. “O município deve ter controle de um bem precioso como a água”, diz. Mas não concorda com a redução de tarifas no abastecimento por questões ambientais. Na sua visão as pessoas pagam valores altos e não economizam água.
Prefeito confirma mais quatro ETEs
A contraproposta está sendo formulada pela equipe técnica que estuda a municipalização da água. No entanto, o prefeito de Estrela, Celso Brönstrup confirma que até o fim do ano serão implantadas mais quatro ETEs. Ele revelou que com a autonomia no abastecimento haverá redução de valores na tarifa de esgoto. Sobre a tarifa da água o prefeito diz que estão sendo feitos estudos.
Vereadores farão plebiscito, se preciso
A presidente da câmara de vereadores, Marco Wermann, falou em nome do Legislativo. Na visão dele, os remendos de ruas causam desgaste na comunidade que com frequência solicita melhoras aos representantes. Wermann diz que não possui posição e quer o melhor para a cidade, mas se preciso ele e seus colegas iniciarão um plebiscito. No entanto, conta que alguns fatos precisam ser relatados. Os vereadores e a comunidade querem que a Corsan reconstrua as vias e amplie redes de água e esgoto se permanecer no comando. “Tivemos no passado promessas que não foram cumpridas”, lembra.
O presidente manifesta alguns relatos de moradores que o procuram: – o medo da comunidade é que se crie uma autarquia municipal e dependendo de quem for o gestor tenha que ser ampliado muito o funcionalismo.