As últimas horas da quinta-feira foram de movimento intenso nas ruas e nos supermercados da cidade. Segundo comerciantes, o tradicional “jeito brasileiro” é um dos responsáveis pela procura de última hora. No entanto, os dias destinados às compras coincidiram com o final do mês, antes do pagamento. Eles acreditam que o sábado poderá compensar as vendas, provocando, contudo filas maiores e desconforto nos caixas.
De acordo com presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Lajeado (CDL), Elton Faleiro, a data não é tão forte para o movimento do comércio
em geral, mas para os gêneros alimentícios. “Um dos pontos negativos foi a Páscoa ter sido no final do mês, quando muitos ainda não receberam pagamento. Isso fará com que o movimento fique intenso no sábado”, informa.
Segundo o chefe de Loja do Supermercado STR, Celso Ademir Juchum, muitos não se anteciparam para as compras, mas o estabelecimento está preparado para um grande movimento. “Não contratamos mais funcionários, mas as empresas de chocolate mandaram representantes tanto para oferecer degustação, quanto para auxiliar nas vendas”, informa.
Consumidores de fora
Renato Piacini saiu com a família de Boqueirão do Leão para encher o carrinho de chocolates e peixes em Lajeado. Ele, a mulher e o filho de 1 ano e 7 meses preferiram os preços da cidade-pólo do que os do município de origem. “Esses chocolates não são somente para nosso filho, mas para os afilhados, sobrinhos e para nós”, brinca. Segundo a esposa dele, Jéssica Schimitd Piacini, Páscoa é um momento de reunir a família. “É tempo de revisar nossos valores e ficar com quem se ama”, fala.
Para a promotora de vendas Márcia Dedecek, no sábado de aleluia o supermercado sempre fica lotado. “Oferecemos degustação dos ovos de chocolate e normalmente quem prova, compra”, assegura.
Caingangues inovam nas cestinhas de palha
Para tentar repetir as vendas do ano passado, índios caingangues inovaram nas cestinhas de Páscoa, personalizando-as em formato de coelho. Sandra Bento, 39 anos, é uma das 10 mil integrantes da tribo caingangues de Tenente Portela, que viaja para outras cidades para vender balaios, cestas e chá de macela. Ela faz artesanato desde os 17 anos e vende seus produtos em Lajeado há 15. Na Páscoa de 2009, os indígenas chegaram a vender 200 cestinhos personalizados de coelho. “As crianças gostam muito”, resume.
Segundo a artesã Sirlei de Oliveira, 31 anos, o material vem toda da mata, depois passa por tratamentos e pintura. “Tivemos a ideia de fazer coelhinhos nas cestas e deu certo. Aprendemos com nossas mães”, explica. Para os índios daquela tribo, a Páscoa é comemorada da mesma forma. “Nossos filhos procuram ninhos escondidos”, fala. A temporada deste ano, entretanto não foi tão positiva. Elas revelam que venderam pouco mais de 50 cestinhas, das mais de cem confeccionadas para este ano.
Foto Frederico Sehn