A troca da grafia de sobrenomes é comum nos cartórios civis onde letras são acrescentadas ou excluídas. As maiores diferenças aparecem em registros mais antigos em que pastores, padres e funcionários públicos anotavam os nomes como lhes soavam, ou os cartórios registravam sem documentos, apenas com a presença de testemunhas. Um dos nomes que se modificou é Kreuzburg que virou Krás Borges e Cras Borges, ou então Müller que se tornou Mueller, Möller, Moeller, Mühlen, Muehlen, Mähler e Maehler.
Conforme o pesquisador de São Leopoldo, Gaspar Henrique Stemmer, em algumas obras genealógicas os nomes foram traduzidos para o português. Ele diz que em épocas passadas era costume as pessoas de origem alemã se apresentarem com o nome em alemão a quem falasse português, surgindo nomes como Karl, Carl, e Carlos ou Elisabeth e Isabel.
Os historiadores de Lajeado, José Alfredo Schierholt e Wolfgang Hans Collischonn, criticam as mudanças, dizendo que as trocas “são violências” contra os nomes. Conforme Collischonn é difícil dizer que alguma pessoa terá problemas com a escrita errada de seu sobrenome. Na sua visão algumas têm orgulho de seu sobrenome e é provável que eles ou seus descendentes queiram retificar as deformações.
O presidente do Centro de Cultura Alemã de Lajeado
, Ademar Breitenbach, relata que muitos nomes vieram com grafia diferente da Europa, além de outros que sofrem modificações em cartórios, em que as pessoas entendem de forma incorreta os nomes alemães.
FOTO Frederico Sehn