A invasão de criminosos tem aumentado pelo fácil acesso aos condomínios sem porteiros, com menos investimentos em segurança e pela despreocupação dos moradores que deixam portas destrancadas e janelas abertas.
– Apartamentos deixaram de ser seguros devido a rotatividade de inquilinos. É um erro achar que ficará livre de assaltos ou furtos – diz o delegado de polícia de Estrela, João Antônio Peixoto. Mesmo que nessa cidade desde dezembro tenha sido registrado apenas um furto em apartamento, o delegado acredita que o crime está crescendo cada vez mais em cidades maiores do interior do estado.
Conforme Peixoto, há diversos fatores que deixam os edifícios mais vulneráveis, como vizinhos que deixam o portão aberto ou facilitam a entrada de pessoas. O miolo da fechadura da porta de entrada deve ser trocado assim que houver a mudança. Segundo ele, ex-moradores podem ter feito diversas cópias da chave, além de conhecer o ambiente e todas as possíveis entradas.
A facilidade para se obter chaves de imóveis em imobiliárias pode ser outro complicador. O próprio delegado de polícia passou na semana passada por uma situação de atenção. Ele conta que retirou a chave para olhar um apartamento e quando chegou no local já havia outra pessoa morando nele. “A pessoa não estava em casa, apenas os móveis e acessórios em caixas. Se fosse alguém mal intencionado poderia levar tudo embora, e ninguém perceberia porque poderia ser mais uma mudança”, diz. Os criminosos, na visão do delegado, mudaram de estratégia, trocando os assaltos a bancos, por esse novo alvo. São quadrilhas de fora da cidade que agem em condomínios de classe A com alvo definido previamente e criminosos que furtam para trocar por drogas. A explicação é de que as moradias cada vez mais estão vulneráveis e rentáveis. A exemplo o mercado clandestino, onde um carro popular vale pouco mais do que dois notebooks roubados. Nos apartamentos a facilidade está sendo maior porque os bandidos aproveitam brechas para agir, sem serem vistos da rua, diferente do que acontece nos pátios das casas.
Boa localização prevalece a segurança
Em Lajeado, a maior procura nas imobiliárias – 60% – ainda é por apartamentos. Os outros 40% são divididos em casas e salas comerciais. Conforme o proprietário de uma imobiliária da cidade, Walmor Vitor Renner, as pessoas ainda procuram os prédios com melhor localização e não segurança. Ele que já passou pelo problema de furtos três vezes – duas na empresa e uma em sua residência – e explica que toda imobiliária deve atuar com o mínimo de prudência possível, além do próprio inquilino que como primeira atitude deve trocar o miolo da fechadura. “Não se sabe por quantas pessoas passou a mesma chave”, diz. Segundo o empresário as dicas são passadas sempre para os novos locadores.
Renner afirma que com o crescimento da cidade e oferta de imóveis algumas empresas não conseguem acompanhar o cliente nas visitas. No entanto, devem ter medidas preventivas, registrando os dados e fazendo cópias de documentos Especialistas dizem que se o morador do prédio perceber que um apartamento será aberto à locação, tem o direito de solicitar a imobiliária que as visitas sejam guiadas. Caso a empresa não atender o pedido e o apartamento for roubado, com a comprovação a imobiliária pode ser responsabilizada.