Calçadistas reagem e contratam

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Calçadistas reagem e contratam

CalçadistasApós um longo perí­odo de crise, com margens de lucro apertadas, desvalorização cambial e queda nas expor­tações que levou empresas para a falência e desempregou milhares de trabalhadores, a indústria calçadista começa a acertar o passo.

A instalação de três novas empresas esta semana nos municípios de Marques de Souza e Travesseiro deve gerar cerca de 300 novos em­pregos e confirma a reação do setor nos últimos meses.

Segundo o diretor-execu­tivo da Abicalçados, Heitor Klein, os motivos para essa reviravolta são o controle das importações de produ­tos chineses e o aumento do consumo no mercado interno. “Começamos o ano de 2010 com o pé direito. A principal tática é o uso do couro na fabricação, já que os asiáticos investem mais nos produtos sintéticos. A aposta no mercado interno está dando novo fôlego ao setor”, afirma.

O número de pares oriundos da China teve em 2009 queda de 32,7%, depois que foi implantada uma tarifa extra sobre os produtos. “Falta mão de obra qualificada na região para funções como costureira, cortador e montador. Faz muito tempo que eu não via as indústrias abrindo tantas novas vagas”, observa.

Emprego garantido

A fabricante de sapatos Brumai Atelier de Calçados que se instalou em Tamanduá, em Marques de Souza, é uma das empresas que está em fase de contratações. Nos próximos meses serão geradas outras 20 vagas. A abertura do atelier proporcio­nou uma alegria dupla para Rosani Margarete Rybar e Sandra Regina Bazzo que começaram a trabalhar esta semana na linha de produção. “Há oito meses estávamos desempregadas. Agora as coisas vão começar a mudar”, conta Rosani. Sandra lembra que foram meses de muitas dificuldades. “Quase não tí­nhamos dinheiro para comer. Esse emprego será o começo de uma nova vida”, afirma.

A sócia Denise Gisele Veruck explica que falta mão de obra qualificada para atender toda demanda. “Este ano promete ser bom para o calçado”, destaca. Na semana que vem outro atelier deve iniciar suas atividades no centro da cidade, gerando 50 novos empregos.

A Única Calçados de Cru­zeiro do Sul aposta que o ano de 2010 será de grandes negócios. Conforme o em­presário Tarcisio Bildhauer até o final do mês deve­rão ser contratados mais 60 funcionários. “O mercado está reagindo. Conseguimos produzir um calçado de qua­lidade e vendê-lo a um preço acessível. Esse é o segredo para aumentar as vendas”, destaca. Atualmente a em­presa produz 2,4 mil pares diariamente e emprega 190 funcionários.

Trégua na crise

Desde que a notícia do encerramento das atividades da Calçados Majolo em Travesseiro foi confirmada, a cidade en­frentava uma forte crise. No comércio as vendas caíram até 50% e muitas famílias deixaram o município em busca de novas alternativas de trabalho. A instalação de uma unidade de produção da Calçados Botero, de Parobé, que se instalará nas dependências da antiga Calçados Majolo, com expectativa de empregar cerca de du­zentos funcionários no primeiro momento, deve mudar essa realidade aos poucos.

Marcos Both acredita que a crise já faz parte do passado. “Nossos jovens terão uma alternativa de emprego sem precisar deixar a cidade. Tudo vai voltar ao normal”, comenta. O estudante Bruno Quinot diz que a empresa aumentará o movimento no mercado que é gerenciado pela família. “Vamos ter mais gente circu­lando, e as vendas tendem a aumentar. Com isso nosso município voltará a crescer”, observa.

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