A casa penitenciária localizada no bairro Bela Vista, fundada em 15 de agosto de 1971, enfrenta os mesmos problemas de superlotação de outros presídios do estado. O pavilhão com capacidade para 16 presos está superlotado, com 47 presidiários. Em 2007 um detento fugiu do pátio, sendo a última fuga até agora. O baixo índice de brigas e de tráfico de drogas são os reflexos de um trabalho desenvolvido pelos agentes da Susepe em parceria com o Conselho da Comunidade que oferecem ao detento oportunidade de trabalho com remuneração. Atividades com horta, artesanato, reciclagem, cerâmica, e as reuniões com psicólogos, Defensoria Pública e advogados dão a tranquilidade que os apenados precisam para cumprir a pena até o final.
Empresas pedem carta de emprego para a casa prisional, que envia detentos do regime aberto e semiaberto mediante autorização da Promotoria. Segundo o administrador substituto, Rogério da Silva Tatsch, há 14 detentos que trabalham no serviço externo e ganham o salário normal como qualquer outro trabalhador. De todos os 47 presos, 83% utiliza o sistema de remissão de pena (diminui um dia da pena para cada três trabalhados). “Apenas oito não fazem nada, mas estão aguardando uma vaga para trabalhar, porque não tem lugar”, informa.
O trabalho interno é feito por 25 carcerários, desses 12 atuam no artesanato, quatro na horta, quatro na cozinha, quatro na faxina do pátio e corredores, e um é responsável pela galeria (abre as celas).
O clima de calmaria é almejado para quem quer fugir das brigas. Segundo um dos detentos, que teve passagem em outros presídios, trabalhar é importante “para não pensar em bobagem”. O preso está desde julho de 2009 e não pretende causar indisciplina para não ter que voltar ao presídio de Lajeado. “Aqui é melhor, porque posso dormir tranquilo”, enfatiza.
Uma psicóloga visita o cárcere toda a terça e sexta-feira. Os apenados têm acesso à Defensoria Pública a cada 15 dias, bem como a advogada, ambas da 8ª Delegacia Penitenciária Regional (DPR).
Conforme o administrador, o que se produz a mais na horta é doado para entidades e alguns detentos exercem trabalho voluntário. “A indisciplina não é tolerada e por isso, muitos evitam ser transferidos para Lajeado”, fala. A espiritualidade é trabalhada com igrejas evangélicas e católicas.
Tatsch revela que existe a possibilidade de ampliação do pavilhão para a instalação de um albergue que está sendo estudado pela Susepe regional. “Os 13 agentes penitenciários colaboram com a manutenção do clima tranquilo”, finaliza.