Relógio dos Chás transforma educação em bem-estar natural

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Relógio dos Chás transforma educação em bem-estar natural

Construção de horto com plantas medicinais promove saúde e qualidade de vida à população e movimenta comunidades escolares

Relógio dos Chás transforma educação em bem-estar natural
A ideia de construir um relógio de chás na EMEF Prof. Arlindo Back, em Arroio do Meio, surgiu no ano de 2004 (Foto: Jéssica R Mallmann)

A saúde humana está diretamente ligada ao meio ambiente. Ar puro, água limpa, solo fértil e clima estável são essenciais para a manutenção da vida. Ao prestar atenção na natureza é possível perceber que muitos dos “medicamentos” e soluções para nossos problemas estão nela. E uma técnica que comprova isso, são os Relógios do Corpo Humano, também conhecidos como Relógios de Chás ou Horto Medicinal, iniciativa desenvolvida em diversas escolas e projetos da região.

Originado de técnicas da medicina chinesa, o Relógio do Corpo Humano foi trazido para o Vale com o objetivo de conhecer e vivenciar experiências com plantas medicinais. “Elas sempre tiveram um significado importante à atenção básica de saúde das famílias. E claro, tem uma relação também com o afeto. Quem nunca ouviu dizer que a vó fez um chá para melhorar uma dor de estômago, cabeça ou garganta?”, questiona a extensionista da Emater/RS – Ascar, Elizangela Teixeira.

O grande diferencial dessa técnica está na conexão entre as plantas medicinais e os principais órgãos do corpo humano, pois indica os horários de maior atividade de cada órgão e os chás mais adequados para estimular seu bom funcionamento.

“Basicamente, acredita-se que cada parte do nosso corpo tem um pico energético, ou seja, um horário de maior atividade. A técnica do Horto Medicinal faz com que a gente aproveite esse período (geralmente de 2h) para utilizar a planta que melhor corresponde ao funcionamento do mesmo. O que traz inúmeros benefícios à saúde”, explica Elizangela.

Segundo a extensionista, o objetivo do Relógio dos Chás é fazer com que as pessoas conheçam melhor o seu organismo e reflitam sobre os hábitos de vida e a natureza. É uma alternativa na busca do bem-estar, uma vez que saúde e meio ambiente estão conectados.

O funcionamento do relógio

Chás são plantados nos canteiros correspondentes ao órgão e seu horário de funcionamento (Foto: Jéssica R Mallmann)

O Relógio do Corpo Humano é construído no solo, com 12 canteiros que formam uma espécie de mandala – além de um espaço central – com duas plantas medicinais cada. A divisão corresponde ao pico energético de um órgão do corpo humano, que segue um ciclo. Dessa forma, os chás são plantados nos canteiros correspondentes ao órgão e seu horário de funcionamento.

Os ciclos de duas horas, bem como a parte do corpo correspondente são marcados no chão. “Costumamos ver relógios grandes, mas esse formato pode ser simplificado com o cultivo em vasos ou floreiras, em pequenos quintais e varandas”, destaca Elizangela.

Conhecimento para a comunidade

A ideia de construir um relógio de chás na EMEF Prof. Arlindo Back, em Arroio do Meio, surgiu no ano de 2004, quando a comunidade escolar percebeu a importância das plantas medicinais como fontes de remédios caseiros e de alimentação humana.

“A construção do relógio teve suporte da Emater, que através de seus técnicos acompanharam seu desenvolvimento. Atualmente, o projeto também é considerado um atrativo turístico da comunidade de Forqueta”, conta a professora e coordenadora da ação, Caren Rockenbach.

Por meio do Horto Medicinal, a escola desenvolve atividades multidisciplinares em todos os componentes curriculares, abordando diversas temáticas como promoção à saúde, alimentação saudável, preservação ambiental, conhecimento do corpo humano e gastronomia através de plantas. Hoje, o projeto integra o Grupo Ambiental (GA) da escola, é realizado no contraturno e reúne alunos do 6º ao 9º do Ensino Fundamental.

“Algumas plantas eu já conhecia, outras não. Mas, tivemos que aprender sobre os cuidados e utilidades dos chás para podermos plantá-los e utilizá-los de forma correta, respeitando o horário e o órgão do corpo para obter melhores benefícios”, conta o aluno Luiz Otávio Oberherr Endler.

Ele revela ainda que, por meio do GA descobriu que os chás já eram utilizados desde “épocas muito antigas para o tratamento e cura de muitas doenças e dores”. Com o avanço de seus estudos, ele hoje consegue explorar os usos das plantas de maneira mais ampla e repassar esse conhecimento para a comunidade.

“A instalação de um relógio de chás na escola é um excelente espaço de construção de conhecimento científico associado ao uso de plantas medicinais. Também é uma ferramenta eficiente para o incentivo ao uso correto dos chás e seu potencial na promoção de saúde e na melhoria da qualidade de vida das pessoas”, reforça a professora.

Projeto integra o Grupo Ambiental (GA) da escola, é realizado no contraturno e reúne alunos do 6º ao 9º do Ensino Fundamental (Foto: Jéssica R Mallmann)

 

Diretoria do Grupo Ambiental (GA) auxilia nas tomadas de decisão do projeto (Foto: Jéssica R Mallmann)

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