A Câmara de Vereadores de Venâncio Aires deu mais um passo nessa segunda-feira, 10 para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que visa apurar o desaparecimento de 1.782 colchões do Almoxarifado da Prefeitura. Os itens foram adquiridos com recursos da Defesa Civil federal, por R$ 461.538,00, destinados ao atendimento de famílias afetadas pela enchente de maio do ano passado.
O requerimento que solicita a criação da CPI foi protocolado pelo vereador Ezequiel Stahl (PL) e recebeu o apoio de quatro parlamentares da oposição: Sandra Silberschlag (PP), Diego Wolschick (PP), Jeferson Schwingel, o GP (PP), e Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB).
Durante a sessão dessa segunda-feira, houve a leitura do requerimento, etapa que representa o segundo passo para a oficialização da CPI. No entanto, a definição dos integrantes da comissão foi adiada, sob a justificativa de que o pedido ainda precisa ser analisado pelo setor jurídico e pelas comissões da Câmara. Somente após essa etapa, a CPI será instaurada e os membros serão nomeados.
O desaparecimento dos colchões foi identificado no final de 2024, após um levantamento da Coordenadoria de Controle Interno sobre o patrimônio municipal. O relatório apontou a inconsistência nos registros, o que levou a administração municipal a determinar a abertura de uma sindicância interna para investigar o ocorrido.
Saiba mais
O pedido de abertura da CPI foi protocolado pelo vereador Ezequiel Stahl no dia 26 de fevereiro, recebendo apoio suficiente para sua formalização. O parlamentar destacou que uma tentativa anterior de instaurar a CPI, em setembro de 2024, foi arquivada pela base governista na Comissão de Constituição e Justiça.
Entre as suspeitas levantadas por Stahl, estão indícios de que uma empresa teria recebido pagamento sem entregar os colchões e trocas irregulares de modelos de solteiro por casal, sem critérios claros. “Precisamos esclarecer se as pessoas atingidas pela enchente realmente receberam os itens corretamente ou se houve favorecimento indevido. A CPI não é uma caça às bruxas, mas uma busca por respostas”, afirmou o vereador.
A Prefeitura também abriu uma sindicância interna para investigar as possíveis falhas na aquisição e distribuição dos colchões. Segundo a administração municipal, a investigação visa garantir a transparência no uso dos recursos emergenciais liberados após o decreto de calamidade pública.