Pioneira na fabricação de carrocerias no Brasil, a Altari nasceu em 1945 e, desde então, construiu sua identidade com base na qualidade, robustez e cuidado na execução de cada projeto. Localizada em Estrela, hoje a empresa fabrica carrocerias para diferentes tipos de carga, de furgões à graneleiras, passando por baús lonados, refrigerados, semirreboques para contêineres, além de projetos personalizados. Além disso, disponibiliza serviços de instalação e reparos.
Na década de 40, a Altari fabricava carrocerias e ônibus de madeiras. Com o crescimento, expandiu suas instalações e ampliou o escopo de atuação. No final dos anos 60, acompanhando as tendências do setor, passou a fabricar carrocerias com estrutura metálica, sem abandonar a tradição da madeira.
Com a entrada de novos sócios, tornou-se sociedade anônima e, em 2002, transferiu-se para uma área de 35 mil m², onde construiu uma estrutura moderna para atender a crescente demanda do mercado. Apesar das mudanças, manteve-se fiel à sua essência: diferente das grandes indústrias, que priorizam volume e rapidez, a Altari mantém um modelo produtivo que privilegia a qualidade.
“É uma forma produtiva mais cara, mas com uma rigidez e estrutura que não se consegue nos métodos modernos de fabricação”, afirma Guilherme Glufke. “A nossa capacidade de produção vai ser um pouco menor em relação a outros fabricantes e métodos mais modernos e ágeis. Por outro lado, continuamos a oferecer um produto diferenciado.”
A fabricação segue etapas cuidadosamente planejadas, o que garante o controle de qualidade rigoroso. Para o sócio Fernando Lanius, a busca pela padronização precisa respeitar a individualidade de cada projeto, pois hoje, toda a produção é feita sob medida. “Cada carroceria é única, feita de acordo com a necessidade do cliente. É um processo que exige flexibilidade e precisão”, diz Lanius. A busca por uma padronização que respeite essa diversidade é um dos grandes diferenciais da empresa.
Ponte de Ferro
A Altari também teve um papel importante para a consolidação da nova Ponte de Ferro e reconexão do Vale do Taquari. Além de disponibilizar o espaço para construção da estrutura de ferro, a equipe foi responsável pela soldagem e pré-montagem.
O programa “O Meu Negócio” é apresentado por Rogério Wink e transmitido ao vivo nas segundas-feiras, na Rádio A Hora 102.9 e nas plataformas digitais. Tem o patrocínio de Motomecânica, Black Contabilidade, Marcauten, Dale Carnegie, Sunday Village Care, Pró-Aço e Construtora Giovanella.
Dica do Wink
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Entrevista
Fernando Lanius e Guilherme Glufke • Diretores da Altari
“A escalada de um empreendedor se constrói pelas experiências”
Wink – Fernando, me falaram que você é o filho preferido do Ito Lanius. Me fala um pouco dessa relação familiar e qual a importância de ter uma família empreendedora.
Fernando – Em primeiro lugar, preciso te corrigir, pois temos equidade nisso (risos). Mas realmente a gente teve uma escola muito boa com o pai. Ele sempre nos incentivou muito a trabalhar e empreender e, principalmente, nos deu a oportunidade para que a gente pudesse aprender errando. Com certeza, a escalada de um empreendedor se constrói pelas experiências. Mesmo que a gente atue separado profissionalmente, temos conselhos nos quais participamos no empreendimento dele e ele nos nossos. Acaba acontecendo que, no fim de semana de passeio em família, tu acaba falando de negócio o tempo todo. Eu e o pai, dificilmente estamos indo viajar e passear sem falar do negócio ou tentar encontrar oportunidades.
Wink – A “gana” é viável de ser buscada ou é um processo natural? Dá para virar um empreendedor através da ciência e sem ter esse ambiente familiar?
Fernando – Me parece que a ciência é até mais importante. É lógico que a gente tem uma forma de encaminhar, mas buscar conhecimento, seja em cursos, feiras ou academia, é totalmente necessário. Porque não tem como empreender sem ter a técnica aliada. Só com vontade e suor – a gente sabe que tem alguns casos – a chance de êxito é muito menor. Mas se tu conseguir aliar essa vontade e gana, com um pouco de talento… isso será lapidado pela academia. Pela ordem de prioridades eu elencaria que a técnica é mais importante que a vontade.
Wink – Glufke, tu és neto do fundador da azul e filho do Carlos. Por que você escolheu ir para a engenharia?
Guilherme – Isso, sou neto do Hellmut. Eu fiz engenharia porque desde sempre gostei. Ainda pequeno eu fui morar no Expresso Azul e me criei na oficina. Na época, já era no bairro Florestal. Mexia nas coisas e montava as carretas de lomba, sempre gostei. Morei praticamente oito anos da minha infância ali e depois visitava. Não cheguei a trabalhar na empresa, mas ajudava o pai em algumas coisas, frequentava o ambiente, trocava ideia… mas desde o início ele sempre dizia para eu tocar a minha vida e estudar fora. Ele dizia: “voltar é fácil”.
Wink – Para onde você foi?
Guilherme – Em 2000 eu fui para Porto Alegre estudar, onde fiquei até 2015 quando voltei para a Altari. Nesse período, fiz um estágio na manutenção da Varig, que depois virou TAP. Foi bem na transição. Foi um estágio de programação da manutenção. Quando saí de lá, tive a oportunidade de trabalhar em uma multinacional de São Leopoldo, a Rexnord. Ali comecei como estagiário de qualidade, passei para supervisão de produção, supervisor de manutenção, engenharia de produto e depois engenharia de processo. Deu para girar bastante nesses 10 anos de empresa e aprender muito. Meu foco era engenharia, mas sempre gostei muito de participar da parte de controladoria, principalmente nos projetos de investimento. Ali sim deu para aprender como avaliar um negócio e investir. Isso ajudou muito quando vim para a Altari.