“O projeto Flores.Ser e as habilidades socioemocionais” foi o tema do décimo episódio de “O Segredo da Infância”, programa produzido pelo Grupo A Hora, em parceria com o Espaço Flores.Ser. A convidada da semana foi a professora de artes cênicas, Carmen Moraes. A conversa no estúdio da Rádio A Hora de Encantado foi mediada pela facilitadora de processos de inovação social, Ana Fausta Borghetti. “A partir de agora, como os alunos estão entrando em período de férias, vamos aproveitar para trazer ao estúdio professores e gestores de educação”, explicou.
Carmen faz parte do Grupo Flores.Ser de Encantado, projeto que iniciou em 2022, na retomada das aulas pós-pandemia. “Iniciamos com as escolas de educação infantil e, desde o ano passado, estamos também com as de ensino fundamental. A nossa grande preocupação quando montamos o projeto e levamos para a Secretaria Municipal de Educação era dar apoio emocional aos alunos e professores”, acrescentou Ana Fausta.
Graduada em artes cênicas, Carmen tem 27 anos de experiência como professora em sala de aula. Nas oficinas realizadas nas cinco EMEFs encantadenses, inseridas no currículo do ensino religioso, ela tem trabalhado quatro habilidades emocionais: empatia, tomada de decisão responsável, autocontrole e resolução de problemas.
Por semana, são atendidos 394 alunos pré-adolescentes e adolescentes do sexto ao nono ano. “ As habilidades emocionais são tão importantes quanto as cognitivas dentro do ambiente escolar. Procuro abordar os valores, a comunicação não violenta e também trazer o teatro em alguns momentos. Porque pensamos em como os alunos poderiam exercitar essas habilidades. Não adiantava só trazer o conceito”, comentou Carmen. “Não aprendo a ser amigo lendo o que é amizade. Eu aprendo tendo a experiência com alguém. É um processo que precisa ser vivido”, complementou Ana Fausta.
Nesse contexto, uma das atividades desenvolvidas estimula as turmas a criarem pequenas cenas de teatro. “Os alunos pensavam alguma situação que havia acontecido com eles na escola ou fora, em que eles conseguiam aplicar essas habilidades. Depois, criavam um pequeno roteiro e montavam as cenas. Podiam enfeitar a história com trilhas musicais e figurinos, até elaborar um desfecho para a história. Nessa atividade já surgiam vários problemas para resolver. No próprio exercício já conseguiam trabalhar a autonomia e as habilidades emocionais”, relatou Carmen.
Ana Fausta observa que as competências socioemocionais começam a ser construídas na primeira infância. “A parceria dos amigos, a companhia, isso é muito forte nesse momento da vida”, disse.