A falta de profissionais com qualificação é uma realidade urgente para o setor produtivo gaúcho e, em especial, Vale do Taquari. Até 2027, é necessário qualificar mais de 950 mil trabalhadores, conforme aponta o Mapa do Trabalho Industrial, estudo do Observatório Nacional da Indústria. Desse total, 810 mil demandam requalificação, enquanto 147 mil carecem de formação inicial.
Reportagem do A Hora neste fim de semana detalhou esses números e ouviu líderes empresariais e integrantes de instituições de ensino. Como resultado, representantes da sociedade organizada ligada ao setor produtivo iniciaram um debate para elaboração de cursos específicos de formação.
A Univates foi interpelada, em especial frente a necessidade das empresas de logística e transporte. O segmento lidera as projeções de vagas, com 262,6 mil postos previstos, sendo que 81,2% deles exigirão formação específica.
Olhar para a região
No Vale do Taquari, a necessidade de qualificação é ainda mais evidente. Após as enchentes de 2023, as empresas locais enfrentaram dificuldades para preencher vagas e retomar as operações.
Na Câmara da Indústria e Comércio (CIC-VT), um grupo de trabalho elabora um diagnóstico para cada microrregião. Conhecer o perfil de cada cidade e se aliar às escolas técnicas e universidades para cursos exclusivos.
O desafio está posto. Resolver depende de esforço coletivo. Para o Vale do Taquari, a qualificação da mão de obra é uma urgência. Do que adianta ter vagas sem pessoas preparadas para ocupá-las?
Mapa do trabalho
O Observatório Nacional da Indústria lançou mais um diagnóstico sobre o cenário do emprego. No RS, alguns dados chamam atenção:
- Logística e transporte
Espera-se que esta área gere 262,6 mil empregos até 2027. Para formação, necessidade de qualificação inicial para 29,3 mil trabalhadores e treinamento para 183,8 mil.
- Metalmecânica
Projeção de 153,4 mil empregos. Formação inicial para 14,8 mil e treinamento para 91,5 mil.
- Construção
Mais 115,6 mil novos empregos. Formação inicial para 18,4 mil e treinamento para 57,2 mil.
- Alimentos e bebidas
Projeção de 84,4 mil empregos. Formação inicial para 8,8 mil e treinamento para 64,1 mil.
O papel do jornal
O jornalismo, mais do que nunca, precisa transcender a função de relatar fatos. Em um mundo onde informações se multiplicam, as redações se tornam espaços de responsabilidade ampliada.
Em Porto Alegre, ontem, durante o último Tá na Mesa do ano (tradicional evento da Federsaul), o Grupo A Hora foi o único veículo de abrangência interiorana a participar do debate com outros seis diretores de redações. Um convite que orgulha nossa equipe, ainda mais frente a tudo o que aconteceu desde setembro de 2023.
A função principal é informar. Mas, sozinha tem pouca aplicação. O leitor espera mais. Por isso, é preciso influenciar debates, propor soluções e assumir bandeiras de interesse coletivo.