A histórica e reconstruída Ponte de Ferro recebeu em cinco meses um volume de veículos absurdamente superior ao fluxo médio anterior à tragédia de setembro. Milhões já passaram por lá. Em tempos normais, há quem sustente que seriam necessários 20 anos para alcançar o mesmo número de travessias registradas desde o dia 10 de junho, data da reinauguração da travessia entre Lajeado e Arroio do Meio. À época, previsões otimistas apontavam para novas pontes em tempo recorde. Mas não foi bem isso que aconteceu e, diante disso, o símbolo da reconstrução do Vale do Taquari tem suportado por muito mais tempo do que o planejado este intenso fluxo de veículos. E isso é preocupante. Por ora, é bom que se diga, não há informações sobre avarias ou necessidade urgente de reformas. Mas os respectivos governos municipais – e porque não o Estado – precisam estar atentos para antecipar problemas. Há limites para a histórica Ponte de Ferro. E diante da morosidade na conclusão de outros projetos e alternativas, os limites estão mais próximos.
Prefeitos e Amturvales em Brasília
A união entre representantes da Amturvales e dos municípios mais impactados com a suspensão do Trem dos Vales, representada pela imagem registrada nesta semana em Brasília, será fundamental para a retomada do milionário produto turístico. Sem união de esforços não será possível pressionar Antt, Dnit e os demais entes e agentes envolvidos neste complexo movimento de recuperação da malha ferroviária do Vale do Taquari. Aliás, a luta pelo futuro do turismo regional precisa envolver outros tantos gestores e representantes de entidades. É uma luta de todos e por todos, reforço.
“Seu Manoel” foi sambar no céu
Um dos momentos mais tocantes na lida reporteira foi ajudar a proporcionar, em 2013, um encontro entre Neguinho da Beija-Flor, um dos maiores carnavalescos e sambistas da história, e o agora saudoso “Seu Manoel”, um dos maiores carnavalescos e sambistas do Vale do Taquari. Seu Manoel recebeu Neguinho na singela residência no bairro Hidráulica, em Lajeado. Um encontro de gigantes. Nessa quinta-feira, dia 28, Seu Manoel deu o último suspiro aos 91 anos. Foi sambar no céu. E fica aqui os meus sentimentos a todos os familiares e amigos desse ícone da cultura regional.
Tiro curto
- O Ministério Público de Santa Cruz do Sul ajuizou na quinta-feira uma ação civil pública contra a Corsan/Aegea, em que pede uma solução imediata para o problema de fornecimento de água com odor, coloração e turbidez.
- Em tempo, faltam menos de duas semanas para o fim do prazo de 30 dias sugerido pelo Ministério Público de Lajeado para o Executivo tomar decisões sobre o contrato com a Corsan/Aegea. O limite é 11 de dezembro.
- Prefeito eleito de Teutônia, Renato Altmann (PSD) ainda não anunciou os secretários. Enquanto isso, alguns nomes são ventilados nos bastidores. Entre eles, o vice-prefeito eleito Evandro Biondo, Ariberto Magedanz, Tenente Frank e Cleudori Paniz nas áreas da Educação, Obras, Planejamento e Assistência Social.
- Os vereadores de Arroio do Meio anunciam encontro na próxima quarta-feira, às 16h, na sede do poder Legislativo, para dialogar e debater com a comunidade sobre o andamento das obras da nova ponte sobre o Rio Forqueta, na ERS-130. Além dos parlamentares, foram chamados o prefeito e outros agentes públicos da região.
- Sobre o evento acima, o Secretário Estadual de Logística e Transportes Juvir Costella (MDB) também foi convidado a comparecer no plenário da câmara de Arroio do Meio na quarta-feira. Mas a agenda do representante do governo do Estado não vai permitir que ele participe do encontro.
- Ainda sobre a nova ponte da ERS-130, entre Lajeado e Arroio do Meio, uma piada rolou nas redes sociais: o Papai Noel passou o bastão ao Coelho da Páscoa. Brincadeiras à parte, o assunto é sério, de crucial importância para a sobrevivência do Vale do Taquari e a impressão é de que o governo estadual voltou a compreender isso após as recentes pressões.
2026 é logo ali…
Será que alguém está debatendo neste momento na Assembleia Legislativa sobre os impactos das enchentes no Vale do Taquari? E no Congresso Nacional? Será que em Brasília tem alguém falando neste momento sobre o futuro do nosso Vale do Taquari? A resposta é óbvia. Sem deputados estaduais ou federais, o Vale do Taquari já deixou de ser pauta nos plenários legislativos estadual e federal. Não seremos lembrados enquanto não tivermos representantes. A política é a arte de ocupar espaços. E a falta de estratégia e o excesso de ego e oportunismo nos distanciou destas esferas.