O ex-governador do RS, Germano Rigotto, comenta em sua participação desta semana, sobre a expectativa em torno do pacote fiscal que o governo federal deve anunciar em breve, destacando a resistência interna como um obstáculo para a implementação de cortes profundos necessários para equilibrar as finanças do país. “Há setores dentro do governo que resistem aos cortes mais duros nas despesas públicas, o que é um problema”, afirma.
Para ele, sem ajustes fiscais eficazes, o Brasil enfrentará uma inflação mais alta, juros elevados e baixo crescimento. “Se não houver responsabilidade fiscal, o país vai crescer menos, com inflação e juros maiores”, disse, mencionando o IPCA de outubro, que superou as previsões, alcançando 0,56% e acumulando 4,76% no ano.
Rigotto também ressalta os impactos de possíveis políticas internacionais, como a taxação de importados pelo futuro governo dos EUA. “Se Trump taxar pesadamente os produtos chineses, isso afetará diretamente o Brasil, pois a China é um grande parceiro comercial”.
Reforça ainda que o governo precisa cortar gastos e enfrentar resistência política, incluindo no Congresso, onde os recursos de emendas muitas vezes são mal direcionados. “O Congresso tem R$ 52 bilhões em emendas, muitas delas sem resultados concretos para a sociedade”, afirma.
Também aponta que, mesmo sendo um “tabu”, cortes em programas sociais como o Bolsa Família serão inevitáveis para manter a estabilidade fiscal. “Se não cortar, quem vai pagar a conta é quem ganha menos”, conclui.
A expectativa é de que o pacote fiscal seja anunciado até quarta-feira, com a pressão crescente para que medidas eficazes sejam adotadas para garantir o controle da inflação e o crescimento econômico.
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