“Fui ao casamento de caminhão.  Vou lembrar disso sempre”

ABRE ASPAS

“Fui ao casamento de caminhão. Vou lembrar disso sempre”

Marina Hart, 29, é caminhoneira há 10 anos. Casou no dia 21 de setembro e, de forma inusitada, chegou à cerimônia de caminhão. A celebração, realizada na Igreja do Morro em Bom Retiro do Sul, surpreendeu todos os convidados e marcou a concretização de um sonho ao lado do marido, Taylor Yuri Harth, que também é caminhoneiro

“Fui ao casamento de caminhão.  Vou lembrar disso sempre”
Foto: acervo pessoal
oktober-2024

Como surgiu a ideia de chegar ao seu casamento dirigindo um caminhão?

A ideia surgiu naturalmente. Até mesmo antes da data, eu já queria chegar no casamento dirigindo. Eu e o Taylor somos caminhoneiros, e essa profissão sempre fez parte das nossas vidas. Desde que decidimos fazer a cerimônia religiosa, pensei: “Por que não chegar de caminhão?” Isso representa nossa história e nossa paixão pelo que fazemos.

Como foi a reação das pessoas ao ver você chegando assim?

Foi hilário e surpreendente. Quando cheguei, alguns motoristas estavam tentando estacionar e comentaram que o caminhão estava atrapalhando. Eles não tinham ideia de que era eu dirigindo. Foi uma grande surpresa para todos. Todos riram quando me viram.

Você mencionou que o caminhão foi cedido pela empresa onde trabalha. Como foi essa conversa?

Eu tinha o casamento marcado e o interesse de chegar até a igreja com ele. O dono da empresa foi super compreensivo. Assim que soube da minha ideia (eu não tive coragem de pedir, mas um colega meu me ajudou, eu tinha muita vergonha), ele se ofereceu na hora. A parte mais desafiadora foi manobrar e subir a lomba da igreja, mas quando cheguei, a emoção foi indescritível. A maquiagem não aguentou, e eu acabei chorando de felicidade.

Como você se tornou caminhoneira e quais desafios enfrentou?

Meu pai era caminhoneiro, então sempre estive perto desse mundo. Mas, como mulher, enfrentei muitos desafios. Quando comecei, as empresas não estavam abertas a contratar mulheres. Após algumas tentativas, consegui uma oportunidade em uma concreteira. Hoje, tenho orgulho de ser uma das poucas mulheres a operar caminhões na região e também no Rio Grande do Sul.

Por que é importante para você ser uma referência como mulher caminhoneira?

É muito importante. Quero mostrar que mulheres podem e devem ocupar espaços tradicionalmente masculinos. Espero que minha história inspire outras mulheres a seguirem seus sonhos, independentemente do que a sociedade espera delas. Tenho muito orgulho de trabalhar com este caminhão. Sempre fiz postagens nas redes sociais para influenciar outras mulheres.

Como você se sente agora que realizou esse sonho?

Ainda estou em estado de choque. Foi um momento que vou lembrar para sempre. O casamento é um sonho, e chegar dirigindo meu caminhão fez tudo ainda mais especial. Agora, estou animada para começar essa nova fase com o Taylor ao meu lado.

Como foi a repercussão do fato?

Estou muito impressionada com a repercussão do fato. Tem matéria nossa nos jornais do Nordeste. Muitas pessoas chegam até mim e dizem que acompanharam as publicações nos meios de comunicação. Tem coisas que não estou acreditando e estou muito feliz.

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