Núcleo ESG da Acil retoma atividades na Expovale

COMÉRCIO E INDÚSTRIA

Núcleo ESG da Acil retoma atividades na Expovale

Cases de empresas que aplicam os princípios de ESG e registram benefícios e impactos positivos serão apresentados durante a feira

Núcleo ESG da Acil retoma atividades na Expovale
Foto: Lucas Santos/Divulgação
Lajeado
oktober-2024

O Núcleo ESG da Associação Comercial e Industrial de Lajeado levará cases de empresas que aplicam os conceitos da sigla para environmental, social and governance para 23ª Feira Industrial, Comercial e de Serviços (Expovale) e a 11ª Feira de Construção Civil, Mobiliário e Decoração do Vale do Taquari (Construmóbil). A ação na Expovale também marca a retomada das atividades do Núcleo, criado em fevereiro deste ano.

Na feira, o Núcleo ESG pretende atrair empresários interessados em aprender mais sobre ESG. “A ideia é expor cases de empresas que já aplicam os princípios de ESG, mostrando os benefícios e impactos positivos dessas práticas indiferentemente do porte da  organização, pois ESG é para todos”, destaca Lucas Lengler, coordenador do Núcleo e diretor de Responsabilidade Social Corporativa da Acil. Conforme Lengler, a participação na feira será uma oportunidade de promover a sensibilização, conscientização e o  engajamento das empresas locais no tema.

Criação

O Núcleo ESG foi criado na Acil em fevereiro deste ano. O principal objetivo do núcleo, conforme Lengler, é fomentar o conhecimento sobre as práticas de ESG no Vale do Taquari, com foco em auxiliar pequenas, médias e grandes empresas a incluírem nos seus  processos os conceitos ESG de forma a “não inventar a roda e sim fazer ela girar”, observa. “Além disso, também ajudar as empresas a prever cenários futuros dos riscos ambientais e sociais que possam afetar o seu negócio e passar por eles de forma mais branda e com menor impacto para organização”, completa.

Três encontros presenciais abriram os trabalhos. Neles, os empresários conheceram o conceito e foram convidados a integrar o grupo. Entretanto, a enchente de maio impactou diretamente o cronograma do Núcleo ESG, já que a sede da Acil foi atingida. “Muitos participantes estavam envolvidos nas ações emergenciais devido à tragédia”, lembra Lengler. As reuniões do núcleo foram suspensas temporariamente, e agora estão sendo retomadas em um ritmo mais lento, com encontros predominantemente online. Segundo Lengler, esse formato se deve às dificuldades de locomoção na região, por conta de obras e congestionamentos. A disponibilidade dos membros também é um desafio, pois as demandas em suas empresas aumentaram significativamente após as enchentes.

As atividades durante a Expovale marcam a retomada do Núcleo, que divulgará seu cronograma atividades oportunamente. A feira  ocorre de 7 a 10 e de 13 a 17 de novembro no Parque do Imigrante em Lajeado.

Entrevista

“Tecnologia a serviço do planeta”

Qual a diferença entre as práticas ESG e a sustentabilidade?

Para entender o ESG, é essencial, primeiramente, distingui-lo sustentabilidade. Gosto de utilizar a seguinte frase: “Toda empresa ESG precisa ser sustentável, mas uma empresa sustentável não necessariamente precisa ser ESG.” Além disso, é importante compreender que este movimento é fortemente impulsionado pelo mercado financeiro. Para empresas de capital aberto, o ESG se torna uma  ferramenta para atrair investidores que se alinhem com o propósito e visão de resultado da organização.

E para empresas de capital fechado?

No caso de empresas de capital fechado, como as comumente encontradas no Vale do Taquari, as práticas de ESG mantêm o mesmo objetivo final (sustentabilidade), mas com focos diferentes. Nesses casos, o ESG não é ditado especificamente pelo mercado financeiro, mas pela materialidade identificada a partir dos stakeholders (partes interessadas).

Em outras palavras, o foco está em realizar o que é relevante para gerar valor tanto para a empresa (internamente) quanto para a  sociedade (externamente), tudo isso de forma estratégica. Gosto de dizer: ‘O ESG é como uma digital, cada Lucas Lengler coordenador do Núcleo ESG e diretor de Responsabilidade Social Corporativa da Acil empresa tem a sua e elas podem até ser parecidas, mas são  diferentes e você não encontra uma igual.’

Por que é importante desenvolver práticas em ESG nas empresas?

A organização pode alcançar eficiência nos processos, como a redução do consumo de matérias-primas e insumos (foco do pilar  ambiental). No pilar social, os benefícios vão desde o cumprimento de requisitos legais, redução da rotatividade e melhora do ambiente de trabalho (interno), até a promoção da igualdade, equidade e redução do preconceito (externo).

Por fim, temos o pilar da governança, considerado o mais importante, pois é ele que define as estratégias da organização. É fundamental entender que toda empresa possui algum tipo de governança, em maior ou menor grau. No entanto, quando falamos do  “G” no ESG, é relevante destacar aspectos como transparência, gestão de requisitos legais, gestão de riscos (ambientais, sociais e sua  relação com o econômico), compliance, entre outros. Essas práticas, ao final, reduzem custos, agregam valor ao produto, melhoram a  reputação e garantem maior transparência tanto para os acionistas e proprietários quanto para a comunidade.

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