A Justiça Federal de Passo Fundo determinou leilão de uma área de terras que inclui a Arena Alviazul, pertencente ao Clube Esportivo Lajeadense. A ação decorre de uma execução fiscal movida pela União para a cobrança de tributos não quitados, acumulados ao longo de, pelo menos, seis anos. O leilão será forma online, entre os dias 3 e 9 de outubro, organizado pela empresa Joice Ribeiro Leilões Oficiais. O valor inicial para lances foi fixado em R$ 19,4 milhões.
O Clube, por meio do Presidente do Conselho de Administração, Marcos André Mallmann, divulgou nota oficial nesta quarta-feira, 25, em resposta ao anúncio do leilão. Segundo o documento, o Conselho de Administração acompanha a situação há meses, que tentou parcelar a dívida, mas sem sucesso, além de buscar conciliação com a Procuradoria da Fazenda Nacional, que se manteve irredutível. Apesar do cenário preocupante, o clube afirma que toma todas as medidas cabíveis para proteger o patrimônio, que é muito superior ao valor da dívida, considerada “injusta” pela administração.
Após quatro anos, novo problema
Em 2020, o clube foi acionado pela justiça do trabalho por conta de dívidas trabalhistas. O motivo era uma dívida de R$ 143 mil com um ex-atleta. A ação foi impetrada em 2014 e não cabe mais recurso. O Lajeadense conseguiu, no mês de julho, uma liminar suspendendo o leilão de parte do estádio do clube. A vitória no tribunal foi comemorada pela direção.
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A parte que iria a leilão correspondia a metade da área total pertencente ao clube, já que são duas matriculas. O espaço foi avaliado em R$ 5,8 milhões. O lance mínimo era de R$ 3,07 milhões.
Leia a nota na íntegra
“O CLUBE ESPORTIVO LAJEADENSE, por intermédio do Presidente do Conselho de Administração, abaixo firmado, tomando conhecimento da publicação feita pela Leiloeira Joyce Ribeiro do leilão de imóvel do clube, vem à público, em respeito aos associados, torcedores e simpatizantes do Alvi azul, bem do Conselho Deliberativo, esclarecer que a designação de leilão ocorre em processos de execução fiscal movidos pela União para cobrança de tributos, os quais não foi possível recolher nos vencimentos em razão de notórias dificuldades da grande maioria dos clubes de futebol do nosso estado e do país.
O Conselho de Administração vem acompanhando a situação há alguns meses e tentou de todas as formas realizar o parcelamento administrativo, sem sucesso por questões burocráticas. Tentou ainda uma audiência de conciliação com a Procuradoria da Fazenda Nacional que se mostrou arredia ao pedido.
Está sendo buscada de forma incessante a solução para a liquidação do débito, cumprindo esclarecer que o patrimônio do clube é várias vezes superior ao débito, revelando uma situação absolutamente injusta também esse aspecto.
Embora seja preocupante a realização do leilão, é de se ressaltar que existem medidas a serem adotadas e o Conselho de Administração não hesitará em propô-las, a fim de resguardar os interesses do nosso glorioso clube.
Por fim, em homenagem ao trabalho incansável que os membros do atual Conselho de Administração têm realizado em prol do clube, e a bem da verdade, cumpre esclarecer também a dívida sob execução fiscal decorre de vários exercícios fiscais (no mínimo seis anos), não sendo recente.”