“A corrida criou um espaço de inovação na minha mente”

ABRE ASPAS

“A corrida criou um espaço de inovação na minha mente”

Ana Hoffmann, 58, nasceu em Lajeado e começou a correr aos 15 anos. Integrou o grupo de atletismo da Sociedade Ginástica Porto Alegre (Sogipa) e foi a primeira campeã estadual do Sesi, em 1986. Nas décadas de 1980 e 1990, Ana estampava as capas de jornais como maratonista destaque, levando o nome de Lajeado para o Rio Grande do Sul A corrida incentivou a promover as bases da liderança pessoal e a guiou para cargos de gerência em empresas consolidadas no Rio Grande do Sul. Hoje, Ana trocou as rústicas pelas planilhas e é gerente administrativa da Fundação para Reabilitação das Deformidades Crânio Faciais e Reabilitação Auditiva (Fundef), que é referência no Estado

“A corrida criou um espaço de inovação na minha mente”
Foto: acervo pessoal

Como você iniciou no mundo do atletismo?

Comecei a correr aos 15 anos. A corrida foi meu mundo durante muito tempo. Treinava após as aulas, pelas 22h30. Na chuva, sol ou calorão, eu estava nas ruas. Meu sonho sempre foi ser atleta.

Como era o atletismo nos anos 1980?

Eu fui uma das únicas representantes femininas do atletismo no Vale e representava Lajeado nas rústicas estaduais. Os treinos eram puxados. Para que fosse possível a boa performance, corria diariamente de Lajeado a Cruzeiro do Sul, em um trajeto de 18 quilômetros. Ou fazia 30 voltas no campo do Clube Esportivo Lajeadense.
Naquela época, era tranquilo treinar tarde da noite nas ruas. Participei de meias-maratonas em todo o Rio Grande do Sul. Em Uruguaiana, por duas vezes, venci as meias-maratonas da cidade. Fui a primeira campeã estadual do Sesi, em 1986. Também realizei meu sonho de participar da São Silvestre em São Paulo.

O esporte te ajudou a evoluir na carreira corporativa?

A corrida auxilia na carreira. Como me identificava com a área esportiva, fui contratada pelo Grupo Cartel, na época, para coordenar o setor esportivo da empresa, que tinha cinco mil funcionários.
Após, eu praticamente fiz “carreira” no Sesi, onde permaneci 31 anos. Coordenei projetos em Porto Alegre, fui gerente em Bento Gonçalves e Farroupilha e ainda pelo Sesi, ao voltar para Lajeado, assumi a gerência da região. As pessoas ainda me identificam como a “Aninha que corria”. Eu acho muito bom.

De que forma o atletismo despertou habilidades?

Eu era muito tímida e esse aspecto dificultava minha comunicação com as pessoas. O atletismo pre proporcionou convívio, como eu viajava, conhecia outras regiões, comecei a me socializar e isso apliquei no mundo corporativo. O esporte contribui para que as pessoas se desenvolvam para prosperar de diversas formas, na alma, no intelecto e no físico.

Porque parou de correr?

Parei de correr em função de um problema no joelho e na época era difícil viver do atletismo, me dediquei aos estudos. Cursei a Educação Física por amar esportes e a faculdade abriu possibilidades para trabalhar na minha área. Quando eu corria eu conseguia me concentrar, me focar. Resolvia meus problemas durante a corrida e mantendo a mente atenta.
Eu vejo que a corrida me trouxe foco e geração de ideias A concentração que eu tenho quando trabalho vem do exercício físico.
A corrida criou um espaço de inovação na minha mente. Ao me movimentar, oxigenava o cérebro e isso me permitia uma grande geração de ideias. Muitas ideias de trabalho surgiram durante a corrida.

Seu cargo de líder na Fundef, exige cuidar do outro. O esporte propicia isso?

Hoje estou como gerente administrativa da Fundef e acredito que o esporte abre nossa mente. Primeiro por você conhecer pessoas durante a prática esportiva. Depois, por exigir disciplina e trabalho em equipe. Apesar de corrida ser individual, você necessita do grupo e de uma boa dose de responsabilidade para cuidar de você e do seu colega. Isso a gente leva para a vida, e aplica nas funções do trabalho onde estamos.

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