Você tem três empregos?
Mais ou menos. Eu administro os pedidos da minha loja virtual de roupas e, desde que comecei, as vendas são online. Algumas encomendas eu entrego pessoalmente, de bicicleta, a pé ou de carona e outras envio pelo correio. Divido meu tempo como Jovem Aprendiz em Marketing na Unimed, onde aprendo muito. E ainda trabalho num restaurante ao meio dia.
Quando começou a empreender?
Eu sonhava com uma festa de 15 anos, mas venho de uma família humilde, que não tinha condições. Então, aos 14, decidi fazer trufas para vender e juntar dinheiro para a festa. Eu voltava da aula e minha mãe, do trabalho, e juntas produzíamos os doces à noite. Deu certo e consegui dinheiro para minha festa.
E quando surgiu a ideia da loja?
A loja de roupas nasceu do sonho de comprar um celular. Eu não queria mais vender trufas, mas sabia que o trabalho era uma forma de conquistar meu dinheiro. Então comecei a procurar fornecedores de roupas e a pesquisar sobre o negócio. Demorou quase um ano para conseguir meu telefone. A loja foi crescendo e se transformou em sonho, me apaixonei.
Como você dá conta de tudo?
Tenho uma rotina bem organizada e gosto de trabalhar com metas. Cresci num lar cristão, que me deu uma base muito boa. Acho que a chave é que organizo muito bem o meu tempo, porque ele é precioso. Acredito que só não conseguimos fazer mais porque gastamos tempo com coisas fúteis ou talvez pessoas que não nos levam para frente. Para mim, o segredo é valorizar o que tem, amar o que faz e se esforçar nas coisas.
O que foi fundamental para ir atrás disso tudo?
Sempre fui proativa e curiosa, adorava questionar os empresários sobre os negócios deles. Acredito que podemos aprender muito com os exemplos das pessoas e, além disso, a internet disponibiliza muita informação. Quando criança, nunca imaginei que teria uma loja de roupas, jogava futebol e achava que seria uma jogadora profissional. Quando decidi me dedicar à loja, tive que abrir mão dos jogos, a vida requer escolhas e entender isso é importante. Além disso, criei um canal no YouTube aos 11 anos e meu avô também sempre me incentivou na música e, com o tempo, fui chamada para cantar em lugares. Acho que isso tudo me fez perder o medo de ousar e me deu coragem pra abrir um negócio próprio aos 15 anos.
Quais os planos para o futuro?
Quero me dedicar a minha loja e transformar ela num negócio grande, com funcionários um dia. No futuro, penso em talvez estudar algo na área do marketing ou do empreendedorismo. Hoje, estou trilhando parte desse caminho. Consegui um apartamento aqui na cidade, onde coloquei o estoque da minha loja. Moro com minha mãe e meus irmãos e só tinha espaço no meu quarto, que estava ficando pequeno. A loja está crescendo e agora tem espaço para crescer ainda mais.