“Era a maneira que meu trabalho poderia contribuir para a reconstrução do Vale”

ABRE ASPAS

“Era a maneira que meu trabalho poderia contribuir para a reconstrução do Vale”

Contar histórias por meio do audiovisual foi uma característica formadora na infância do encantadense Antônio Ciceri Herold, 22. Formado no bacharelado em Criação Digital da UCS e com uma rotina de trabalho que engloba pós-produção de filmes, animação e motion design, o jovem foca atualmente na criação de documentários. Entre eles, um projeto sobre o período marcante que toda região vem passando desde setembro de 2023

“Era a maneira que meu trabalho poderia contribuir para a reconstrução do Vale”
Foto: acervo pessoal

Quando você começou no audiovisual?

Gosto de pensar que foi quando era criança. Ainda pequeno, eu não só brincava com meus bonecos, eu gravava com aquelas câmeras pequeninhas as histórias entre eles. No ensino médio, com meus colegas tão empolgados quanto eu, produzimos alguns curtas de adaptações literárias propostas nas aulas de literatura. Em 2018, vencemos o festival estudantil de curtas da Univates, além dos prêmios de melhor atriz e melhor ator. E no mesmo ano, foi um vídeo que eu e meu amigo fizemos que me levou para Nova York para participar do EF Youth Leadership Forum, com outros jovens vencedores ao redor do mundo.

Por onde você aprendeu a trabalhar com vídeos?

Passei minha adolescência na internet. Tudo que tinha vontade de fazer, sentia que podia, bastava assistir a um vídeo no YouTube. Claro, eu era muito limitado pelos equipamentos que tinha, mas a gente sempre dava um jeito. Fiz alguns cursos breves na internet e em Encantado, e assim, comecei a ser chamado para fazer trabalhos na área como freelancer.

E no Ensino Superior?

Hoje sou formado em Criação Digital na Universidade de Caxias do Sul. Escolhi uma proposta diferente para o ensino superior: um curso que poderia expandir os meios pelos quais posso contar minhas histórias. Então, na faculdade, não só aprofundei meus conhecimentos na produção audiovisual para filmes e redes sociais, mas aprendi a criar animações 3D e a desenvolver jogos. Ainda não tenho nenhuma experiência profissional nessas áreas, mas aos poucos trabalho em projetos pessoais para aprimorar as minhas habilidades.

Como começou a trabalhar com filmes?

Em 2021, trabalhava na Região dos Vales Comunicação Digital e fui indicado para fazer a animação de pinturas em um documentário sobre Angelo Fontanive. Junto de outros parceiros, realizamos a montagem e a finalização do documentário ‘De Roma Para Putinga’. O diretor do filme, Cleber Zerbielli, e eu, ficamos muitos próximos, e assim trabalhei como assistente de direção, montador e finalizador nos seus filmes seguintes: ‘Sacada Musical’, com Yamandu Costa e ‘Ferrovia do Trigo: Uma História Sobre Trilhos’. As obras estão disponíveis no YouTube.

Quais são os próximos passos?

Hoje estou envolvido em mais três projetos de documentários. Um deles sobre a Casa Paralela de Caxias do Sul, outro sobre a imigração em Encantado e por fim, um filme que estou dirigindo sobre os episódios de inundação que aconteceram na nossa região.

O que motivou a escolha das enchentes como tema? Como foi o processo de pesquisa e coleta de informações?

Senti que era a maneira que meu trabalho poderia contribuir para os próximos passos da reconstrução do nosso Vale. O processo de pesquisa é constante e preciso estar pronto para reestruturar o filme a qualquer momento. Quando decidi que iria produzir o filme com as imagens que tinha, a inundação de novembro de 2023 ainda não havia ocorrido. Agora imagine, novamente, elevar o escopo do filme para cobrir uma nova e maior catástrofe.

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