“A gente fica com o coração apertado. Vimos tanta destruição, mas conseguimos ganhar forças vendo o povo se unir para reerguer o Estado novamente. Com isso mantemos a esperança.” As palavras são de um emocionado patrão do CTG Querência do Mate, Gelso Fassina, de Ilópolis, região alta do Vale do Taquari. Foi dessa forma que ele definiu a mobilização em prol da reconstrução do RS após a catástrofe das cheias. A entidade tradicionalista foi uma das beneficiadas pelo Sicoob São Miguel, por meio de recursos destinados pelo Instituto Sicoob nessa mobilização coletiva pelo Estado em diferentes frentes.
Na última sexta-feira, 9, a agência de Anta Gorda deu andamento à segunda etapa de ações solidárias e de auxílio às comunidades, que neste estágio, beneficiaram Doutor Ricardo, Putinga e Ilópolis. Na primeira fase, o apoio financeiro foi para compra de materiais para a recuperação de pavimentações destruídas pelas cheias, no centro da cidade que sedia a agência.
Famílias de trabalhadores
Grupo Cáritas, composto por voluntários, recebeu mais de 60 itens de mobiliário, como balcões e sapateiras
Atendendo a necessidade do grupo Cáritas da Paróquia São Pedro de Encantado, Mitra Diocesana de Santa Cruz do Sul, o Sicoob efetuou a compra e repasse de mais de 60 itens de mobiliário, como balcões e sapateiras. A coordenadora do grupo de voluntários, Carla Casagrande Canova, explica que os móveis irão beneficiar famílias de trabalhadores que foram atingidos pelas cheias e são empregados de empresas da região que igualmente foram afetadas.
“As empresas também foram severamente atingidas e, para que se mantenham fortes, como forma de contribuir, realizamos cadastros de todos que trabalham nesses empreendimentos e foram atingidos. Esses cadastros passaram por avaliação prévia dos próprios gestores. A doação recebida do Sicoob será destinada para essas famílias. Gratidão ao vermos no nosso semelhante tamanha capacidade de generosidade”, agradece.
Reconstrução de comunidades
Recursos do Sicoob auxiliam na reconstrução de comunidades do interior do município de Doutor Ricardo
A cidade de Doutor Ricardo também foi bastante atingida pelos eventos climáticos do mês de maio. Entre as comunidades mais afetadas estão Linha Barra do Zeferino e Linha Santo Antônio. O auxílio financeiro do Sicoob foi investido na compra de materiais de construção, como tijolos e cimento, que serão utilizados na reconstrução dos dois salões comunitários e na recuperação da igreja de Linha Santo Antônio.
São estruturas que movimentavam essas comunidades, cujas as programações foram suspensas após a destruição. “Mais que um apoio financeiro, esse auxílio do Sicoob tem um enorme valor social e contribui, inclusive, com o psicológico das pessoas. Ao perceberem que a reconstrução é possível e está acontecendo, isso anima as famílias e a comunidade a retomar, também, os investimentos no município, movimentando a economia”, destaca o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Doutor Ricardo, Ismael Potrich.
Educação e obras
Na região alta do Vale do Taquari, Putinga também sofreu com as cheias. Segundo depoimento do secretário municipal de Obras, Mateus Siqueira, não há uma comunidade que não tenha sido afetada. São cerca de 1,2 mil quilômetros de estradas de chão, com vias, acessos, pontes e tubulações danificadas. “Há muito por ser feito, o serviço de recuperação é para dois anos de trabalho. São demandas importantes e urgentes, inclusive para escoar a produção do campo. Esse movimento do Sicoob ajuda muito. Estamos adquirindo tubulações que irão nos possibilitar recuperar estradas que, por falta de recursos, talvez recebessem obras somente no próximo ano”, explica.
EMEI Bem Me Quer utiliza recursos na compra de materiais
para recuperação da escola
Os recursos do Sicoob também foram investidos na compra de materiais para recuperação da Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Bem Me Quer. “Esse movimento solidário do Sicoob é muito importante, pois a escola não teria condições financeiras de recuperar os estragos. Foi a primeira vez que fomos atingidos dessa forma”, agradece a diretora Angélica Azzolini.
Segurança e tradicionalismo
Na cidade de Ilópolis, o auxílio financeiro beneficia o Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro) e o CTG Querência do Mate. O recurso será investido pelas instituições em obras nas instalações da Brigada Militar, da Polícia Civil e da entidade tradicionalista.
Auxílio beneficia o Consepro de Ilópolis e recurso será investido em obras nas instalações da Brigada Militar e da Polícia Civil
“O Sicoob está dando importante contribuição para diferentes comunidades e instituições. De coração, nosso agradecimento”, frisa o presidente do Consepro, Dolfino Zerbielli. O comandante da BM, Mateus Kristosch dos Santos, reforça a importância desse auxílio à segurança pública local e regional. “Além de fazer pelo próximo, divulgar essas ações é uma forma de motivar a sociedade a continuar dando sua contribuição”, endossa.
O patrão do CTG, Gelso Fassina, acrescenta que o interior do município foi muito atingido, o que afetou a vida das famílias e da entidade. “Pessoas que frequentam o CTG tiveram suas propriedades atingidas por deslizamentos, estradas foram muito danificadas, pontes foram levadas. O momento é de dificuldade e muitos eventos, que são a principal fonte de renda da entidade, foram cancelados. O auxílio do Sicoob e de toda comunidade é muito importante”, agradece.
Transparência
Incentivo financeiro contribui para a retomada de eventos no CTG Querência do Mate
Os recursos destinados pela cooperativa nas ações de reconstrução do RS são disponibilizados pelo Instituto Sicoob, por meio da Campanha de Doações Emergenciais SOS Rio Grande do Sul e complementados pelo Instituto, com as agências Sicoob distribuídas pelo Estado auxiliando na identificação das principais necessidades nas comunidades onde estão inseridas.
O gerente da agência de Anta Gorda, Carlos João Rebelatto, reforça o princípio da transparência. “Apresentamos à sociedade o que é possível ser feito com as doações angariadas pela campanha e duplicadas com aporte extra do Instituto Sicoob. Ao mesmo tempo, colocamos em prática o sétimo princípio do cooperativismo, que é o interesse pela comunidade. Sempre haverá alguém com alguma necessidade”, conclui, citando que a cooperativa tem privilegiado empresas locais e associados na compra e fornecimento dos materiais.
