Futuro do Centro Histórico exige proteção ao bairro

APÓS CHEIAS

Futuro do Centro Histórico exige proteção ao bairro

Depois de passar por três enchentes desde setembro do ano passado, ocupação da região central de Lajeado gera debate e evidencial importância do espaço para a história da cidade

Futuro do Centro Histórico exige proteção ao bairro
Centro Histórico de Lajeado abriga prédios públicos importantes, como a prefeitura, Casa de Cultura, escola e igreja. (Foto: Bibiana Faleiro)
Lajeado

Para preservar a história e evitar o abandono, o futuro do Centro Histórico de Lajeado entra em debate. A localidade foi uma das mais impactadas pelas enchentes de 2023 e maio deste ano, que deixaram prédios públicos desocupados, assim como áreas de lazer deterioradas.

Diante dessa realidade, o governo publicou decreto com 44 nomes de titulares e suplentes que formam o novo Comitê Gestor de Revitalização do Centro Histórico de Lajeado. A lista inclui agentes públicos e representantes de associações. Entre as prioridades já levantadas, estão serviços públicos na área de educação e saúde. Além disso, entra em debate a revisão das cotas de inundação.

Atual presidente do comitê, André Jaeger permanece no núcleo, mas deve repassar o posto de líder. O advogado observa que a enchente trouxe impactos definitivos quanto à habitação. Por isso, será preciso estabelecer os pontos em que casas poderão ser reconstruídas a partir de cotas atualizadas de inundação.

“Temos o comércio se organizando mesmo que de forma lenta. Temos que olhar para os locais onde as pessoas poderão morar, além de serviços como aulas no Castelinho e Fernandes Vieira, o posto de saúde, a prefeitura e outros serviços que precisam ser no Centro”, afirma.

Localidade foi uma das mais atingidas pelas cheias desde setembro de 2023 em Lajeado

Recuperação

Nas próximas semanas, o comitê se reúne para definir o novo presidente e vice, e de que forma serão conduzidos os debates para recuperação do bairro. Um dos nomes cotados é o do advogado Henrique Reali.

O profissional foi um dos responsáveis por reativar o comitê. Ele diz que, após a calamidade decorrente das enchentes do ano passado e deste ano, o grupo reinicia o debate sobre os rumos do Centro Histórico de Lajeado.

Reali ainda diz que o comitê tem a incumbência legal de manifestação sobre projetos construtivos no local. “Temos um novo cenário que clama por definições e o comitê tem condições de contribuir para um novo Centro Histórico para nossa cidade”, afirma.

Arquiteto e representante da Acil, Leandro Eckert diz que o desafio daqui pra frente é grande. O profissional, que também integra o comitê, afirma que, hoje, para preservar o Centro, é preciso resolver o problema das enchentes. “Não vejo outra alternativa a não ser a construção de um dique de contenção. Não necessariamente com muros, mas com vias elevadas que levam até o rio”, sugere.

Eckert diz que o processo requer investimento e manutenção. Mas acredita que seja uma solução a longo prazo para a preservação da história da cidade. Dessa forma, ele também acredita que a comunidade vai voltar a investir no local. O primeiro passo, segundo Eckert, é a elaboração de um projeto com soluções de engenharia, e colocá-lo em prática.

Em defesa do Centro

Presidente do bairro Centro e integrante do grupo, o advogado José Carlos Bulle afirma que uma comissão já foi criada para rever as legislações do comitê, a fim de torná-las praticáveis.

“Me parece que o nosso papel é auxiliar a administração municipal no planejamento e na gestão dos usos e ocupações do Centro Histórico de Lajeado”, reforça. Bulle destaca que empresários e moradores estão preocupados com o destino da região e um dos desafios está em despertar o interesse do poder público em criar políticas de valorização da área, para incentivar investimentos no entorno.

“É necessária uma grande mobilização, unindo esforços para recuperar as áreas atingidas pelas enchentes, criar mecanismos de proteção, como o próprio desassoreamento dos rios, além de sistemas de alerta e medições mais eficazes”, ressalta. Bulle ainda comenta sobre a falta de segurança no bairro, falta de limpeza das ruas e sugere um sistema moderno de recolhimento de lixo.

Prioridades já estabelecidas

  • Definição de áreas de moradias
  • Contenção de enchentes
  • Serviços públicos na área de educação e saúde
  • Revisão das cotas de inundação
  • Criação de políticas de valorização da área
  • Investimento em segurança e limpeza

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