Em paralelo à mobilização de Porto Alegre, agricultores do Vale do Taquari se reúnem, nesta quinta-feira, 8, em Cruzeiro do Sul, Bom Retiro do Sul e Estrela. O “tratoraço” objetiva chamar atenção do país sobre as dificuldades enfrentadas pelos agropecuaristas endividados devido a três anos de prejuízos provocados pelas intempéries climáticas. A cobrança é por medidas imediatas do governo federal para que os anúncios sejam ampliados para além da tragédia das inundações.
Conforme o produtor de Picada Aurora, Cruzeiro do Sul, Felipe Klein, são 50 produtores no município. “Nossa maior reivindicação é ajuda do governo para prorrogar contas de forma que a gente possa pagar nos próximos anos. Sem isso, a gente não consegue plantar a próxima safra.” Também participam do ato moradores de Lajeado e Santa Clara do Sul. Eles se reúnem no posto Mate Amargo, em São Rafael. Permanecem no local durante o dia, com maquinários às margens da rodovia ERS-453, km 21.
Já na mobilização de Estrela, na Rota do Sol, eram, pelo menos, dez máquinas às 11h. Produtor de grãos, leite, suínos e frango, Rafael Guilherme Kich avalia o atual momento como o pior da história recente do agronegócio gaúcho. “Viemos de três anos de seca. Esse ano então foi algo que a gente não precisa nem comentar. A gente nunca passou por uma situação tão feia como esse ano, né? Então o agro realmente está passando por dificuldades. Precismos da anistia das dívidas.”
O pleito do movimento, formalizado pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), é pela prorrogação de dívidas por 15 anos, com dois anos de carência e juros de 3% ao ano. Essas condições não foram atendidas pela Medida Provisória publicada pelo governo federal na semana passada. Em função disso, o “tratoraço” foi mantido.
“Tratoraço” em POA
Em Porto Alegre, o protesto tem abertura oficial às 10h, na Casa do Gaúcho, no Parque da Harmonia. O governador Eduardo Leite é uma das autoridades esperadas no ato. A mobilização foi lançada em 19 de julho, em Rio Pardo, durante a Expoagro Afubra. A organização do SOS Agro estima reunir de 300 a 500 tratores e 10 mil pessoas em Porto Alegre. A movimentação causa lentidão desde às 5h. O maior problema foi causado ainda na freeway, onde se formou fila desde antes da Arena do Grêmio.