A pediatria, como a conhecemos hoje, é o resultado de anos de evolução focados na proteção e promoção da saúde infantil. Ela não apenas assegura o bem-estar das crianças, mas também estabelece as bases para uma vida adulta saudável, uma vez que muitas condições da infância podem ter repercussões duradouras. Hoje, essa especialidade enfrenta novos desafios, como a incidência de problemas de saúde mental. O que reflete na necessidade de abordagens integradas para garantir um bom desenvolvimento dos pequenos.
Há 50 anos atuando como pediatra em Estrela, Protógenes Nunes, 82, foi um dos responsáveis por transformar a vida de inúmeras pessoas na região. Ele lembra que, ao chegar ao município, os recursos eram escassos, nem mesmo havia aparelhos e instrumentos básicos para realizar as consultas.
“Tive muita dificuldade no começo. E logo peguei aquela pandemia de meningite, mas tive a felicidade de jamais perder uma criança para essa patologia”, lembra. Em cinco décadas de atuação, Protógenes reconhece os avanços significativos na área, principalmente nas questões de recursos diagnósticos, exames e o surgimento das UTIs pediátricas na região.
Para ele, uma das conquistas mais importantes na pediatria foi a implementação das vacinas, que reduziram a incidência de doenças e, até mesmo, a mortalidade infantil. A exemplo, os casos de poliomielite, que eram comuns no início de sua carreira, perderam força com a imunização das crianças.
“Sempre tive o hábito de acompanhar a carteira de vacinação e a curva do desenvolvimento, pois ali é o espelho do que está acontecendo com a saúde da criança. Precisamos estimular a imunização para o bem delas”, ressalta.
Um novo perfil
Além da evolução dos instrumentos e aparelhos médicos, Protógenes revela que o perfil dos pacientes é diferente. Enquanto que antigamente ele tratava muitos casos de desnutrição e doenças infecciosas, hoje as crianças apresentam muito mais problemas de saúde mental, como depressão, deficit de atenção e o vício em telas.
“Sou muito conservador nisso, eduquei meus cinco filhos com cultura. Eles tomavam banho lendo aqueles livros de plástico e ouvindo música”, lembra. Segundo o pediatra, a casa também é uma escola, é um ambiente exemplo para os pequenos. “A tela é um grande meio de comunicação e cultura quando bem utilizada, porque ali tem coisas infernais e maravilhosas, depende a escolha que se faz”.
A ansiedade dos pais de abraçar o mundo e ter uma rotina acelerada, acaba por refletir na saúde dos pequenos. “Na formação da criança, quando a base é bem feita, o resto vai ao natural. Penso que, com amor, carinho e informação, se consegue formar cidadãos de verdade”.
Assista o bate-papo completo com o médico pediatra, Protógenes Nunes, nas plataformas digitais do Grupo a Hora. O programa “Nosso Filhos” é apresentado por Mateus Souza e pelo Dr. João Paulo Weiand. Patrocínio de Clínica Protege e Colégio Evangélico Alberto Torres – CEAT.
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