Fundada em 2000, na cidade de Lajeado, a loja Andrea Feine se destacou de maneira rápida como uma das marcas mais importantes da região. Especializada em ambientação residencial e corporativa, a loja oferece soluções em cortinas, proteção solar, papéis de parede e tecidos. Desde sua criação, a dedicação à qualidade dos produtos e ao atendimento ao cliente são marcas registradas da empresa, que hoje atende 130 municípios do estado.
Criada por Andrea Feine, que também dá nome a marca, a empresária conta que, para alcançar o reconhecimento, foi necessário muito aprendizado e investimento. Mas acima de tudo, precisou investir em uma equipe que acreditasse no propósito da empresa. “As pessoas que trabalham com a gente amam o que fazem. Na equipe comercial temos pessoas de 18 anos de casa, porque elas têm muita paixão. Isso faz parte da vida delas”.
Além da qualidade dos produtos e serviços, um dos diferenciais da marca é a inovação. Uma vez que sempre traz ao Vale do Taquari o que há de mais novo no mercado. Para tanto, Andrea busca conhecer in loco marcas no exterior e participa de feiras e eventos internacionais, como a recente viagem ao Vale do Silício, o polo de tecnologia. “Eu fui lá porque eu como gestora preciso estar atualizada. E o que mais me impressionou é o uso da inteligência artificial (IA)”, destaca.
Além disso, a empresária revela que as viagens são importantes para aprender mais sobre gestão. Entre os aprendizados, estão as reuniões objetivas, a organização e as novas formas de realizar o feedback com as equipes.
A preocupação em manter o DNA da marca e, ao mesmo tempo, garantir a longevidade do negócio sempre estiveram no cerne do negócio.
Entrevista
Andrea Feine, CEO da Andrea Feine e Eduardo Feine, gerente de Logística da Andrea Feine
“Sempre avalio tudo e penso como podemos melhorar”
Wink – Andrea, tu convidastes o Eduardo para participar da empresa? Tu sempre teve o sonho de que ele fizesse parte da equipe?
Andrea – Não, eu nem pensava e cogitava. É engraçado o que vou dizer, mas é tão difícil ter uma empresa nesse país. A gente estava iniciando e trabalhava muito, muitas horas, e eu pensava em protegê-lo disso. O Eduardo estudava em Porto Alegre e veio um tempo me ajudar. Passou aquela semana, pensei que ele ia dizer tchau. Mas aí ele veio de mala e cuia e nunca mais saiu.
Wink – É um desafio a sucessão das empresas né? Tem uma fórmula ideal de entrada dos filhos?
Andrea – No Brasil temos um problema muito sério com a morte. As pessoas preferem ignorar o assunto. Algumas pessoas preferem deixar acontecer alguma coisa para que os filhos assumam. Mas eu sempre pensei “quero estar aqui quando o Eduardo assumir. Eu quero ajudar a tutoriar para ver se está tudo certo”. Então ele vai assumir comigo junto, se ele errar ali vou estar dizendo, “olha não vai por este caminho, vai por outro”.
Eduardo – Acho que daí sim é uma transição. Se não, é algo mais abrupto.
Wink – Como é trabalhar com o marido na empresa?
Andrea – O Gilberto, quando eu convidei para trabalhar na empresa, o Eduardo já estava. Ele sempre foi uma pessoa que me apoiou e isso foi um diferencial. Sempre digo: homens, se vocês têm mulheres empreendedoras, apoiem. Já é difícil empreender e quando tu não tem apoio do cônjuge fica mais difícil. O Gilberto sempre acreditou em mim, eu achei isso incrível da parte dele. Ele foi muito pai e mãe, porque uma empreendedora com filhos, fica muito tempo empreendendo.
Wink – Eduardo, qual é a atividade que tu mais te identifica?
Eduardo – Hoje estou na parte de logística. Eu brinco, que estou por trás das cortinas. Toda essa parte é comigo e vou dizer que adoro. Como eu adoro processos, sou formado em administração. Quando acontece alguma coisa, sempre avalio tudo e penso como podemos melhorar isso para que possa acontecer de maneira mais eficiente no futuro. Essas análises eu adoro fazer para que a gente possa tornar cada vez mais eficiente a empresa.
Wink – Foi uma virada de chave intensa, construir ali na rótula da univates?
Andrea – Quando a gente começou a crescer, parte da minha empresa ficava do outro lado da rua, na padaria Suíça, onde hoje é a Run More. Meus funcionários precisavam atravessar a rua, as vezes as pessoas paravam, as vezes não. Era um dos meus piores pesadelos. Um dia a gente passou na frente desse terreno lindo e maravilhoso, na época a Univates não tinha nem teatro ainda. Falei que queria o terreno da esquina. Meu marido dizia que nem em sonho, mas tempos depois sentei com o dono do terreno e consegui.
Wink – Quando tu projetastes o lugar, se inspirou em alguém? Como nasceu o ambiente?
Andrea – eu sempre me inspirei nas pessoas que jogam muito bem, me inspirei em Louis Vuitton, Hermés, Mercedes Benz… várias empresas que já conhecia. Consegui fazer um curso com eles. Fiquei 30 dias na Europa para entender como é possível uma marca perdurar 100 anos e ser lembrada no mundo inteiro e se manter. É muito difícil isso, porque a pessoa tem que ter uma capacidade muito grande de passar as gerações. Principalmente a questão de sucessão. Imagina uma empresa que tem 200 anos de sucessão, todo mundo tem que estar na mesma batida de cultura e inovar. Foi muito legal. Na época, no Brasil não era moda ainda a questão da experiência, o feito a mão.