Vendas, relações e comportamento lideram treinamentos nas empresas

pesquisa rumo

Vendas, relações e comportamento lideram treinamentos nas empresas

Terceira reportagem da série detalha os tipos de treinamentos mais sugeridos pelas empresas e quais os trabalhadores mais procuraram para desenvolvimento pessoal nos últimos 12 meses

Vendas, relações e comportamento lideram treinamentos nas empresas
Pesquisa mostra que uma das áreas com mais necessidades é desenvolver vendedores e também habilidades de relacionamento interpessoal. (Foto: FILIPE FALEIRO)
Vale do Taquari
oktober-2024

As diferentes formas de atender o cliente, técnicas de negociação e de vendas estão entre as competências mais exigidas para quem está ou pretende entrar no mercado de trabalho. Com a dinâmica de formação constante exigida pela imersão digital, estar atento aos canais de comunicação/informação passa a ser uma exigência.

Os números detalhados na 2ª edição da pesquisa RUMO – O Futuro da Mão de Obra – sobre o tipo de treinamento procurado pelos profissionais, e classificados como importantes às empresas, dão conta de como uma postura voltada à requalificação faz diferença no mercado.

“Aquelas frases de que não estudei e fui para o comércio, ou de que o setor é apenas uma passagem para outra área ainda estão presentes. Mas aos poucos vamos rompendo essa visão”, acredita a presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL Lajeado), Giselda Hann.

Conforme o diagnóstico RUMO, dos cinco treinamentos mais procurados em 12 meses, três estão ligados a atendimento, vendas, comunicação e desenvolvimento pessoal.

Pelos dados das empresas, o esforço para gerar competências vão no mesmo sentido. Das 102 entrevistadas, atendimento, marketing, vendas e desenvolvimento individual também estão no topo dos movimentos internos.

O coordenador da pesquisa, o professor, economista e estatístico, Lucildo Ahlert, ressalta que apesar do fato das empresas consultadas serem de segmentos diferentes, com áreas distintas entre indústria, serviços e comércio, requalificações ligadas ao convívio, comunicação e inteligência emocional são demandas presentes em todas as organizações.

“Cursos específicos aparecem nas necessidades das empresas. O comércio vai direcionar mais funcionários para o marketing e o atendimento. Na construção civil o interesse é outro. Porém, o comportamento está em todos os segmentos.”

O RUMO – O Futuro da Mão de Obra – conta com o patrocínio de Cascalheira Stone Garden, Colégio Evangélico Alberto Torres, Construtora Diamond, Sicredi, Univates, Rhodoss Implementos Rodoviários, Metalúrgica Hassmann, Dale Carnegie, Tomasi Logística e Construtora Giovanella.

Trabalho “passageiro”

Para Giselda, é essencial transformar a percepção sobre a carreira em vendas. “Precisamos mostrar o que é atuar com vendas. As necessidades de formação, a importância, o crescimento possível e até o rendimento financeiro que pode trazer”, afirma.

“A profissão de vendas não está no radar dos novos trabalhadores. Para quem busca colocação no mercado, atuar neste setor é como um trabalho transitório. Até quem está em uma loja, uma revenda de carros, muitas vezes estão ali mas pensando em outra carreira.

Investimento e rotatividade

A diretora do Senac Lajeado, Etiene Azambuja, analisa as estratégias para desenvolvimento das equipes. A partir do contato com os empresários, verifica dois polos de pensamento. Um que busca parceiros externos para elevar os processos de treinamento (ou mesmo a partir do compartilhamento do conhecimento interno) e outro que não enxerga a requalificação como uma necessidade imediata.

Para ela, os dois modelos têm pontos positivos e carências. “

Em cima disso, considera que valorizar o conhecimento interno pode ser uma opção viável, especialmente em momentos financeiros difíceis, e muitas empresas encontram sucesso assim. Porém, ressalta que, por vezes, é importante contar com alguém de fora para trazer novas perspectivas.

Por outro lado, quem deixa os processos de formação de lado, tendem a perder oportunidades tanto no presente quanto no futuro. Na análise de Etiene, há empresas que decidem não investir em qualificação devido à rotatividade. “Alguns pensam que, ao investir em qualificação, vão entregar uma pessoa pronta para o mercado. No entanto, os números mostram que essa não é uma boa solução”, destaca. “A equipe é a identidade do negócio. Se um cliente tem uma experiência negativa, vai impactar no momento, pois ele não vai comprar, e no futuro também, pois esse cliente não volta”, complementa.

Oportunidade

Em parceria com a CDL Lajeado e Sindilojas, a Fecomércio lançou o programa “Mais Comércio”, com quatro turmas previstas para este ano. São quatro cursos gratuitos na unidade do Senac Lajeado.

As formações voltadas ao setor do comércio são: “A arte de se comunicar e vender mais”, “A experiência do cliente no ponto de venda”, “Ferramentas de marketing digital” e “Inteligência artificial para vendas”. Mais informações pelo telefone: (51) 3748-4644.

Série de reportagens

A Hora fez a primeira publicação sobre os resultados da pesquisa RUMO – O Futuro da Mão de Obra – no fim de semana passado, dias 7 e 8 de julho. A reportagem pormenorizar o perfil dos entrevistados, a metodologia da pesquisa, e a avaliação de empresários e trabalhadores sobre a importância dos treinamentos.

Na segunda matéria, edição dos dias 13 e 14 de julho, o foco foi o número de cursos feitos e qualidades desenvolvidas nos treinamentos internos nas empresas e o que o trabalhador busca em termos de formações.

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