“Acreditamos na nossa profissão e não queremos que ninguém desista”

ABRE ASPAS

“Acreditamos na nossa profissão e não queremos que ninguém desista”

Em meio às adversidades das enchentes de maio, Jaqueline dos Santos, 32, e sua amiga Aline Hachtel, 36, decidiram agir. Juntas, criaram o projeto “SOS Manicures Vale do Taquari - Reconstruindo Sonhos”, que entregou 41 kits essenciais para as profissionais impactadas pela tragédia

“Acreditamos na nossa profissão e não queremos que ninguém desista”
Foto: Daniély Schwambach
CCR-aviso-ponte

Como surgiu a ideia de criar o projeto “SOS Manicures Vale do Taquari – Reconstruindo Sonhos”?

A ideia surgiu a partir de uma conversa que tive com minha amiga, Aline Hachtel, nos conhecíamos apenas por redes sociais mas acompanhávamos o trabalho uma da outra. Estávamos bem sensibilizadas com toda a situação das cheias, até que ela teve a ideia de fazer uma ação que beneficiasse nossas colegas de profissão. No dia das mães fizemos a primeira reunião on-line para definir os detalhes. Foi nossa primeira ação, então estávamos muito nervosas e apreensivas. Começamos criando o nome do projeto e depois fomos nos organizando com o resto.

Como foi o processo de arrecadar fundos para a ação?

Nossa primeira forma de arrecadar recursos para montar os kits foi uma “vakinha” on-line. Depois disso, fomos atrás de outras ações externas que arrecadavam doações para o Rio Grande do Sul, explicamos a iniciativa e também recebemos um valor considerável dali. Como nós iniciamos o projeto nas primeiras semanas pós-enchente, não tínhamos certeza de quando entregaríamos os materiais, e nem se a ação chegaria até as meninas. E para termos controle, criamos um sistema de cadastro para as manicures atingidas preencherem, com medo de ninguém participar seguimos arrecadando valores e itens.

Qual foi o maior desafio durante a realização do projeto?

Acredito que a maior dificuldade foi transmitir confiança em nossa iniciativa e demonstrar que era uma ação segura. Começamos com a frase “fazer o bem sem olhar a quem” em mente, com a intenção de ajudar pessoas desconhecidas. No entanto, outras pessoas também precisariam confiar em nós sem nos conhecer para colaborar. Tínhamos muito medo de não receber nenhum cadastro ou doação, pois éramos desconhecidas prometendo receber valores e repassá-los aos profissionais, sem oferecer nenhuma garantia. Fizemos de tudo para provar que nossa ação era confiável.

Como foi a experiência durante o evento de entrega dos materiais?

Foi extremamente gratificante. Tive a oportunidade de conhecer Aline pessoalmente, já que a entrega foi realizada em Estrela, no meu espaço de trabalho. Começamos a separar os kits e antes de iniciar, fizemos uma oração para agradecer o alcance da nossa ação. No nosso campo de atuação, há frequentemente uma sensação de concorrência, mas acreditamos que precisamos ser uma corrente do bem, unindo forças para alcançar mais juntos do que sozinhos. Quando ajudamos um colega de trabalho, não estamos criando concorrentes, mas sim formando profissionais independentes da mesma área, que terão o mesmo sucesso que nós alcançamos. Queremos formar mais profissionais.

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