No Brasil, a idade média de vida de uma empresa familiar é de aproximadamente nove anos. Menos de 25% delas chegam aos 14 anos e somente 1% alcança a marca dos 70. Os números e as estatísticas comprovam que perpetuar um empreendimento – independentemente do tamanho – é um complexo desafio, repleto de obstáculos e com reduzidas chances de êxito.
Em 29 de abril deste ano, a Fruki completou 100 anos. Uma história forjada por coragem, inovação e compromissos, valores acalentados por quatro gerações de uma família comprometida com a comunidade em que está inserida. O destino fez coincidir o centenário da empresa com a maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul.
Nascidos em Arroio do Meio, estamos sediados em Lajeado desde 1971, às margens da BR-386, a rodovia de integração do Vale do Taquari. As enchentes que assolaram o estado em setembro e novembro do ano passado, e agora, em maio, colocaram à prova a capacidade de resiliência dos gaúchos. Em todos os eventos, trabalhamos com redobrada dedicação no enfrentamento da calamidade.
Inicialmente, desenvolvemos ações de socorro aos nossos profissionais, nosso maior patrimônio. Ao mesmo tempo, atuamos em prol das populações dos municípios castigados pelas cheias. Passamos a produzir água mineral de forma ininterrupta em Lajeado e antecipamos o projeto de envase deste produto na nova fábrica de Paverama para dar conta da demanda. Também doamos água potável em caminhões-pipa em parceria com Defesa Civil e Corsan. Foram mais de 17 milhões de litros distribuídos ao longo das três semanas mais críticas.
Nossa postura constitui o atendimento do compromisso que é a gênese do negócio. “Trabalhar para fazer o melhor” é um preceito que trans cende os murais de nossos valores e visão. A tragédia gaúcha sem precedente foi uma dura prova de resistência, não apenas da estrutura emocional de todos nós, mas da reiteração do nosso compromisso comunitário.
Precisamos, agora, seguir unidos para reconstruir. Em nossa alma e nos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) está escrito que o gaúcho é irreverente, altivo e guerreiro, talvez fruto da vigilância histórica de nossas fronteiras e da miscigenação que permeia a têmpera gaudéria. O tempo, senhor da razão, vai consagrar mais esta página de reerguimento, de amparo coletivo e de reconstrução com a energia de corações e mentes. Com o povo e com as forças produtivas do nosso Rio Grande.