O que te motivou a participar do Rondon?
Durante minha graduação e em minha vida pessoal, eu estava em uma zona de conforto. No final de cada ano, fazemos aqueles desejos para o próximo ano, e eu compartilhei com meus familiares o desejo de experimentar algo novo. Meses antes da publicação do edital do Projeto Rondon, fui aprovado para um intercâmbio. Em agosto, irei para a Colômbia, e então surgiu o edital do Projeto Rondon.
Desejava vivenciar experiências fora do meu estado e da minha região, o que está diretamente relacionado ao meu curso de Relações Internacionais. Acredito que não posso falar sobre o Brasil sem antes conhecer o Brasil profundamente, nem discutir sobre o sertão sem antes conhecê-lo pessoalmente. Posso afirmar que o que realmente me motivou foi a vontade de sair dessa zona de conforto, e o Projeto Rondon proporciona essa oportunidade de conhecer, vivenciar novas realidades e tirar a teoria da sala de aula para a prática real.
Como está sendo a experiência?
Está sendo muito intenso e a gente fica muito feliz por ajudar. A gente fica indignado, mas indignado de uma maneira que acabamos não acreditando nas coisas que a gente vê, nas coisas que a gente escuta, nas coisas que a gente acha que funcionavam e não funcionam. É muita coisa que acontece, é difícil até explicar. As pessoas falam de uma maneira tão tranquila sobre como é a vida delas, que a gente não consegue não se emocionar. Olhamos para a pessoa e não conseguimos entender como ela não tenta mudar aquela situação, mas é a vida dela, ela está feliz, ela vive como pode. E não precisa de muito pra ser feliz.
O que percebem de maior diferença em relação à realidade da região?
Em todos os lugares por onde passamos, fomos recebidos com a maior hospitalidade. Em algumas ocasiões, mesmo não tendo água nas cisternas, eles nos ofereciam suco, refrigerante e almoços fartos. Refletimos sobre isso e pensamos, “Meu Deus, enquanto na comunidade eles têm uma cisterna de aproximadamente 16 mil litros, nós temos piscinas de 16 mil litros.” A experiência tem sido extremamente intensa. Viemos para ajudar e, de fato, mudanças estão ocorrendo. Por exemplo, em uma comunidade que visitamos, eles estavam necessitando de uma caixa d’água. Agora, essa necessidade será atendida. Tem sido uma experiência muito emocionante, e não há um dia em que não nos emocionemos com tudo o que estamos vivendo aqui.