Rompimento de coligação vencedora em 2020 altera cenário para outubro

TAQUARI

Rompimento de coligação vencedora em 2020 altera cenário para outubro

Atual prefeito André Brito vai a reeleição pelo PDT, mas com vice indicada pelo PP, antigo aliado. PT pode buscar outros caminhos e é cortejado pelo PSDB. PL também tem pré-candidato e tenta romper polarização

Rompimento de coligação vencedora em 2020 altera cenário para outubro
Tabuleiro político em Taquari se encaminha para até quatro vias no pleito deste ano. (Foto: divulgação)
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Vitoriosa nas últimas três eleições municipais, a dobradinha formada por PDT e PT se desfez. Reunião ocorrida na noite de quarta-feira, 10, sacramentou o nome de Rose Santos, do PP, como pré-candidata a vice na chapa encabeçada pelo atual prefeito André Brito. O movimento mexe com o tabuleiro político de Taquari às vésperas das convenções.

Desde o ano passado, informações de bastidores davam conta de um possível rompimento entre os dois partidos, o que sempre foi negado tanto por Brito quanto pelo vice-prefeito, Ramon de Jesus. No entanto, os rumores ganharam força este ano, após uma nota divulgada pela presidente do PT, Ana Paula Arnt, onde ficava claro descontentamento da sigla com a atual gestão.

Apesar da escolha de uma nova vice à majoritária, Brito nega ruptura com o partido aliado. Destaca a parceria “harmoniosa e de reciprocidade” com Ramon e cita que a nova coligação está aberta ao diálogo com todas as forças políticas. “Defendemos a união pela construção”, resume.

Brito entrou na política em 2012, quando concorreu a vice-prefeito na chapa liderada por Maneco Hassen (PT), atual secretário executivo do Ministério Extraordinário da Reconstrução do RS. Eles venceram o pleito daquele ano e acabaram reeleitos em 2016. Já em 2020, os partidos inverteram os papéis na majoritária e emendaram mais uma vitória nas urnas.

Em manifestação nas redes sociais, Ramon confirmou que não continuará na majoritária e deixou em aberto seu futuro na política. “Sempre me dediquei pela cidade e assim vou continuar fazendo. Onde eu estiver”. A reportagem tentou contato com Ana Paula, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Reedição de antiga parceria

A coligação entre os dois partidos não é novidade na política taquariense. Em 2004, a chapa liderada por Renato Baptista (PP) e Ivo Lautert (PDT) ficou em segundo nas eleições municipais. Entretanto, com a cassação de prefeito e vice em 2006, a dupla tomou posse no Executivo. Em 2008, Lautert foi eleito prefeito e teve Gilberto Cunha, do PP, como vice.

Rose Santos, indicada pela sigla à vice neste ano, é filha de Baptista. As conversas entre PDT e PP foram retomadas ao longo da atual gestão. “Distanciou quem caminhava junto e externava publicamente a vontade de não estar junto. E aproximou ideias e projetos quem tem vontade de caminhar junto”, cita o presidente do PDT, Zé Harry, em nota.

Diálogos

Com o PT fora da majoritária na chapa que representa a situação, partidos oposicionistas estão de olho nas movimentações petistas. O primeiro convite deve vir de um velho adversário, o PSDB. A intenção é admitida pelo presidente, João Batista, que trabalha para a formação de um projeto alternativo para Taquari.

O PSDB lançou esta semana o ex-vice-prefeito Luis Carlos Santos, o Luizinho, para a corrida ao Executivo. Empresário do ramo imobiliário e químico, estava afastado da vida partidária, mas decidiu aceitar o desafio de retornar à política e é visto com entusiasmo por Batista como um nome forte para agregar outros partidos.

“Recebemos ligações de vários presidentes de partidos para confirmar se ele é realmente nosso pré-candidato. Agora vamos iniciar as conversas para aproximação com essas siglas que estavam ao lado do prefeito. E também temos tratativas com o MDB, que é um partido bem tradicional na cidade”, destaca.

Além de PDT e PSDB, quem também lançou pré-candidato a prefeito é o PL. O escolhido é o advogado e professor Rafael Leite. O Podemos e o Avante, que haviam fechado apoio a Brito, ainda não se posicionaram sobre a mudança na majoritária. Já o PSB, que fazia parte da base aliada, está sem comissão provisória atualmente.

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