A agência americana Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) mapeou em maio desse ano as ocorrências de deslizamentos de terra que atingiram o Estado. O resultado estabeleceu quase quatro mil pontos com movimentação de massa, a maioria na região da Serra Gaúcha. O município com maior número de incidências foi Veranópolis com 270 registros, e em terceiro lugar Anta Gorda com 219.
O volume se destaca com maior abrangência pelo fato do município ter sido reconhecido como em estado de emergência pelo Estado e não como calamidade pública. E essa diferenciação influencia em outro aspecto essencial para o desenvolvimento da cidade: o auxílio as empresas afetadas pelo desastre climático. O presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Anta Gorda, Rafael Pavan, se empenha para verificar as possibilidades existentes de apoio ao comércio local diante desse contexto.
“Estamos verificando o motivo do município não ser considerado em calamidade pública mesmo com todos esses deslizamentos que tivemos. E isso é importante porque muda as linhas de crédito também, de Anta Gorda e região. Muitas empresas daqui foram atingidas indiretamente pelos desmoronamentos, foram poucas de forma direta”, explica
Pavan. O presidente da entidade percorreu alguns bancos no Vale para entender melhor como funcionará o auxílio aos empreendimentos.
Uma das possibilidades apresentadas foi o Pronampe Solidário, programa no qual as empresas podem contratar o valor máximo de 60% do faturamento do ano anterior, limitado a R$ 150 mil. A linha de crédito é subsidiada para municípios
com estado de calamidade pública reconhecido pelo Governo Federal, com amortização de 40% na contratação dos recursos. “Mas cidades com decreto de emergência não se encaixam”, aponta Pavan.
Essas questões vêm pontuando o trabalho da CIC, com debates com os bancos, governo municipal e entidades para buscar um enquadramento melhor para Anta Gorda. “Vamos seguir com o apoio ao associado nessa busca por recursos e linhas de crédito. É um trabalho muito forte com esse foco”, salienta o presidente.
Os municípios com mais deslizamentos:
1º Veranópolis: 270
2º Bento Gonçalves: 229
3º Anta Gorda: 219
4º Cotiporã: 162
5º Dois Lajeados: 145
6º Pinto Bandeira: 102
7º Relvado: 88
8º Antônio Prado: 83
9º Nova Roma do Sul: 79
10º Roca Sales: 78
11º São Valentim do Sul: 76
12º Guaporé: 72
13º Putinga: 71
14º Flores da Cunha: 68
15º São José do Herval: 60
16º Encantado: 58
17º Nova Pádua: 48
18º Santa Tereza: 45
19º Marques de Souza: 43
20º Fontoura Xavier: 42
21º Muçum: 42
22º Farroupilha: 39
23º Doutor Ricardo: 38
24º Fagundes Varela: 33
25º Capitão: 29
26º Travesseiro: 26
27º Coronel Pilar: 25
28º Vespasiano Corrêa: 24
29º Coqueiro Baixo: 22
30º Nova Bréscia: 22